JM Cunha Santos
As alianças do PT com o PMDB no Maranhão são marcadas por um histórico
de corrupção, suborno e depravação política. Em 2010 a revista Veja denunciou
que emissários de Sarney estavam tentando comprar delegados petistas por
valores que variavam de R$ 20 mil a R$ 40 mil para mudarem o voto que garantira
a aliança com o PC do B de Flávio Dino e apoiarem a aliança com o PMDB.
À época, pelo menos quatro delegados admitiram a tentativa de suborno.
Os pacotes de dinheiro eram carregados em via pública. O então delegado do PT
Francivaldo Gomes, contou ter sido achacado por Rodrigo Comerciário, que depois
se tornaria secretário do governo Roseana Sarney, no estacionamento de um
shopping de São Luís. Outros que confirmaram a proposta foram Maria de Lurdes
Moreira e Arnaldo Colaço. Ao escândalo, o secretário de Comunicação à época,
Sérgio Macedo, respondeu que o governo não tinha nada com isso.
Chegando ao governo, o PT se atolou em corrupção aos níveis estadual e
federal. O secretário de Educação indicado pelo Partido, Anselmo Raposo, foi
expulso do governo sob acusação de cobrar de 25 a 30 % de propina aos
empresários que realizavam obras para aquela Secretaria na modalidade
carta-convite. O dinheiro, explicavam os negociadores, era uma ajuda para a
campanha do Partido dos Trabalhadores naquele ano.
Nomeado com aval do grupo Sarney Superintendente do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária no Maranhão, o hoje presidente do PT Raimundo
Monteiro teve a prisão temporária pedida pela Polícia Federal. Monteiro foi
apontado como cabeça de um esquema desarticulado pela PF na “Operação
Donatários”, que desviava recursos federais destinados à construção de casas
para pobres lavradores incluídos no Programa Nacional de Reforma Agrária. Ele
foi e ainda é um dos principais articuladores da aliança política do PT
maranhense com o grupo Sarney.
Por outro lado, a nomeação do líder sarno-petista Washington Oliveira
para o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão está subjudice, argüida que foi
na Justiça pelos deputados Bira do Pindaré e Domingos Dutra. A Ação já mereceu,
inclusive, decisão liminar do desembargador Marcelo Carvalho que julgou o ato
inconstitucional por ofensa ao Princípio da Publicidade e entendeu que o então
vice-governador não preencheu os requisitos constitucionais exigidos para
ocupar o cargo. Os requisitos são: notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,
econômicos e financeiros ou de administração pública. Washington é formado em
História.
E ninguém evita os comentários de que com tantas contas a pagar à
Justiça a cúpula local do PT está sendo chantageada e obrigada a coligar com o
PMDB. Se a aliança for em outra direção, os processos se soltam das gavetas
onde estão embargados e tem muita gente boa que pode acabar na cadeia.
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