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16 de set. de 2011


Gastão Vieira foi empossado nesta sexta-feira como o novo ministro do Turismo. Em discurso com a presença da presidente Dilma Rousseff e dos demais ministros do governo, Vieira se disse honrado, emocionado e com medo de assumir a pasta. "Muito assustado, recebi o seu convite para fazer parte de seu governo. Foi a primeira vez em que o medo facilitou uma decisão - eu estava com tanto medo que nem se não quisesse eu poderia dizer não para a senhora", afirmou Vieira, que encerrou sua fala garantindo que "todos os meus medos, neste momento, foram acalmados pela minha emoção".

O novo ministro do Turismo, que substitui o também peemedebista Pedro Novais, que entregou o cargo após se enfraquecer politicamente por denúncias de irregularidades, citou personalidades com quem divide o sobrenome - Padre Antonio Vieira foi mencionado para que Gastão lembrasse que "somos o que fazemos". "Senhora presidenta, chego aqui para fazer, para ajudar a fazer um país justo do ponto de vista social e equilibrado do ponto de vista econômico."

Segundo Vieira, sua pasta tem de se valer da pujança natural do País também a favor da erradicação da miséria. "O Ministério do Turismo tem de utilizar seus programas para desenvolver tanto um turismo nacional, forte, do tamanho das nossas belezas, mas também precisa ajudar a fazer com que o programa social mais importante do governo tenha a mão do turismo. Precisamos trabalhar o Brasil Sem Miséria", sugeriu, defendendo uma articulação com outros ministérios e a geração de empregos para os jovens. "Esse é um passo que está todo desenhado: o minstro Fernando Haddad está disposto a essa colaboração, e vamos procurá-lo."

Gastão disse que ter sido escolhido para a pasta foi uma surpresa. "Vim de muito longe, construí um caminho para hoje, aqui, no Palácio (do Planalto), assumir uma função que eu talvez já não pensasse mais (em assumir). Gosto de ser deputado, gosto da minha luta diária pela educação. Estava adorando cuidar do Plano Nacional de Educação, para dar a esse país uma política de educação para os próximos dez anos. (...) Agora, estou transferindo toda essa paixão para o meu trabalho no Ministério do Turismo."
Se dirigindo à presidente, Vieira comparou os seus ideais aos de Dilma. "Sou um novato na casa, mas um veterano em gostar deste País. Aquilo que sonhei lá atrás, talvez não tenha sonhado com tanta intensidade quanto a senhora, mas os sonhos são muito parecidos quando as pessoas são parecidas."

A crise no Turismo
 
Pedro Novais (PMDB) entregou o cargo de ministro do Turismo no dia 14 de setembro, depois de sua situação política ter se deteriorado por suspeitas de que ele teria usado recursos públicos para o pagamento de uma governanta e de um motorista para a família. A denúncia não foi a primeira e tornou a permanência de Novais insustentável, apesar do apoio do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele foi o quinto ministro a deixar o posto no governo Dilma Rousseff.

A crise no Turismo começou com a deflagração da Operação Voucher, da Polícia Federal (PF), que prendeu, no início de agosto, 36 suspeitos de envolvimento no desvio de recursos de um convênio firmado entre a pasta e uma ONG sediada no Amapá. Entre os presos estavam o secretário-executivo do ministério, Frederico Silva da Costa, o secretário nacional de 
Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, e um ex-presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur). Dias depois, o jornal Correio Braziliense publicou reportagem que afirmava que Novais teria sido alertado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as irregularidades do ministério 47 dias antes da operação da PF, sem tomar qualquer medida. Novais negou que tivesse recebido o aviso.

No dia 20 de agosto, a Folha de S.Paulo afirmou que uma emenda ao Orçamento da União feita por Novais em 2010, quando ainda era deputado federal, liberou R$ 1 milhão do Ministério do Turismo a uma empreiteira fantasma. O jornal voltou à carga em setembro, denunciando que o ministro teria usado dinheiro público para pagar a governanta de seu apartamento em Brasília de 2003 a 2010, quando ele era deputado federal pelo Maranhão. Em outro caso, o ministro utilizaria irregularmente um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular de sua mulher, Maria Helena de Melo.

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