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25 de jan. de 2014

O presidente da Embratur, Flávio Dino, tem uma reunião agendada no próximo dia 30, em Brasília com representantes da mídia especializada. Na ocasião o dirigente confirmará sua saída do cargo para concorrer ao Governo do Maranhão, onde lidera as pesquisas. Na mesma ocasião, Flávio Dino, fará um balanço de sua gestão. O dirigente assumiu o cargo em junho de 2011. Aos 44 anos Dino é advogado e professor de Direito  e é ex-deputado federal. Em sua gestão, Dino reativou os EBTs após licitação, criou o programa Goal To Brazil e procurou dar ênfase a promoção nos principais destinos emissores.

Recentemente tem manifestado sua preocupação com a alta no preço dos serviços turísticos, particularmente em relação a aviação e hotelaria, durante a Copa do Mundo, e que a seu ver podem tornar o Brasil menos competitivo no cenário internacional.
"Tenho alertado a sociedade sobre a necessidade de superarmos o aumento arbitrário e abusivo de preços no setor do turismo, especialmente no que se refere às tarifas de passagens aéreas. Um passo positivo para o enfrentamento do problema foi a criação, por ordem da presidenta Dilma, de um comitê interministerial para monitorar os preços fixados pelas empresas aéreas, pela FIFA/Match e pelos hotéis durante a Copa do Mundo 2014", destacou.

Entre suas últimas medidas anunciou o lançamento de uma nova plataforma digital para promover o destino. O “Brasil Home” cujo objetivo é demonstrar ao estrangeiro todas as experiências que ele pode viver ao visitar o país. Ao entrar nesta “casa digital” o internauta vai descobrir um pouco da cultura brasileira.

“Já sabemos que o turista vem ao Brasil em busca também de nossa cultura, como comprovou a pesquisa feita durante a Copa das Confederações, quando 55,7% dos turistas que foram ao Rio procuraram por museus, casas de cultura e exposições”, lembrou o presidente da Embratur, Flávio Dino. “Por isso, estamos apostando nessa casa digital como mais uma ferramenta para divulgar o que o Brasil tem de melhor”, complementou.


A Presidência da Embratur também tem sido negociada com o PTB, mas existe a hipótese de sua presidência ser ocupada por uma técnica, a atual chefe de gabinete de Dino, Kátia Cristina Bitencourt. O PCdoB, que deverá apoiar a reeleição da presidente Dilma, também quer continuar com essa vaga à frente da autarquia.

24 de jan. de 2014

O Hospital Clementino Moura, Socorrão II, passou a integrar, nesta sexta-feira (24), o programa S.O.S Emergências, iniciativa do Governo Federal para qualificação da gestão e do atendimento em grandes hospitais que atendem pelo SUS. O termo de compromisso foi assinado nesta manhã, na Secretaria de Saúde (Semus), pelo secretário Municipal de Saúde, Cesar Felix, e o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães.
Com o Programa, o Socorrão II passará a receber R$ 300 mil mensalmente para investimento na estrutura do hospital e capacitação de profissionais. Também serão destinados recursos para compra de respiradores, monitores e demais equipamentos de UTI.

Para o secretário municipal de Saúde, Cesar Felix, o Programa vai permitir atendimento mais rápido, mais organizado e com internação mais adequada. “Muitos dos pacientes que buscam atendimento nos Socorrões nem sempre são casos de urgência e emergência, por isso o programa vai organizar de forma muito mais eficaz o fluxo e a conexão entre as unidades mistas, os hospitais e UPAs 24h. Essa parceria com o Ministério da Saúde é o reflexo do trabalho do prefeito Edivaldo Holanda Júnior de garantir um melhor atendimento para os que buscam as unidades de saúde do município”, explicou.

O Hospital Socorrão II é referência de maior complexidade em urgência, emergência, traumatologia, ortopedia, neurocirurgia e terapia intensiva adulta no Maranhão. São realizados 4.883 atendimentos mensais de pacientes oriundos da capital, de municípios maranhenses e de estados vizinhos. O SOS Emergências vai atuar a partir da articulação entre o Socorrão II e os demais serviços de urgência e emergência como o Samu e as Unidades de Pronto Atendimento (Upas 24h).

“Com o S.O.S Emergências nós iremos desafogar os leitos, com a implementação de leitos de retaguarda,  para onde serão encaminhados pacientes de complexidade intermediária. Isso irá ocasionar uma considerável melhoria do atendimento prestado à população, com resultados que serão sentidos ao longo do tempo”, enfatizou o secretário Helvécio Magalhães.

A principal medida do Programa que vai permitir desafogar o Socorrão II é a implementação de leitos de retaguarda para pacientes com quadro clínico estável, sem risco iminente de morte e sem possibilidade de alta no momento do encaminhamento. Esses leitos serão identificados nas unidades da rede e em hospitais parceiros.

Depois da assinatura do Termo de Compromisso, a comitiva, formada pelos secretários Cesar Felix e Helvécio Magalhães, a coordenadora nacional do SOS Emergências, Ana Augusta e o diretor do hospital Clementino Moura,  Ademar Bandeira, seguiu para visita às instalações do Socorrão II, onde foi realizada descerramento da placa em alusão à implantação do Programa.


O diretor do Socorrão II, Ademar Bandeira, destacou a importância da ação para qualificar o atendimento. “Nós temos muitas demandas a serem supridas. O programa do Governo federal, em parceria com o Município, será um agente de grande importância para sanar boa parte das demandas e oferecer mais agilidade e qualidade aos pacientes que mais precisam”, enfatizou.
Senador Waldir Raupp cancela vinda da cúpula peemdebista ao Maranhão

A cúpula do PMDB refutou e cancelou a viagem que faria a São Luís, na próxima segunda-feira (27), para hipotecar apoio à governadora Roseana Sarney, acusada de ter sucateado o sistema carcerário do Estado e não ter tomado a menor providência para evitar a carnificina no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, mesmo sendo alertada do perigo.

O velho e desgastado senador José Sarney, símbolo de tudo que não presta nesse país, fez de tudo para trazer os dirigentes do partido ao Maranhão para dar demonstração de vitalidade política da filha governadora, mas os caciques peemdebistas preferiram o pragmatismo e deixou Roseana Sarney, literalmente, entregue aos leões.  

Na verdade, ainda que Sarney continue tendo certa influência no PMDB, nenhum dirigente da legenda quer associar sua imagem à família do ex-presidente, que comanda o Maranhão a quase cinquenta anos, período em que o estado alcança os piores indicadores econômicos e sociais do país.

Roseana está com a bola murcha no partido. Seus índices de popularidade não empolgam a cúpula dirigente, corre o risco, inclusive,  de não ter condições sequer de sair candidata ao Senado para não desmoralizada. Além do mais enfrentar a pior crise do sistema carcerário da história do Maranhão e encontra-se no olho do furacão, tendo que recorrer aos seus aliados no Poder Legislativo para barrar o pedido de impeachment apresentado pelo Coletivo de Advogados em Direitos Humanos.  .

Segundo comentam nos bastidores da política local, Roseana Sarney é no momento, um nome que não cai bem na foto ao lado de qualquer liderança nacional do partido e foi este raciocínio pragmático que levou os caciques do PMDB, dentre eles o presidente nacional da legenda, Valdir Raupp a cancelarem a vinda a São Luís.
O pré-candidato a governador do PCdoB, Flávio Dino, defendeu o fim da chantagem política feita pelo Governo do Estado como forma de captar apoios eleitorais. Este ponto foi um dos destaques da entrevista concedida ao jornal O Imparcial no último domingo (19), em que falou sobre sua postura como membro do Governo Federal. “Na Embratur, atendi a todos os estados, independentemente de filiação partidária do secretário de turismo ou do governador”, disse.

Flávio Dino disse ser inadmissível que o Governo do Estado ainda seja regido por um sistema de chantagem política e classificou como “escândalo” e “desrespeito” com prefeitos e lideranças políticas a submissão a chantagens em troca de apoio em obras para as cidades. Para ele, todos os municípios do Maranhão devem ser atendidos pelo Governo do Estado e não apenas aqueles que fazem parte de uma aliança eleitoral.

Como pré-candidato a governo, Dino foi questionado pelo jornalista Diego Emir sobre suas impressões acerca de parcerias entre Governo do Estado e prefeituras. Para Dino, é necessário que haja critérios técnicos, respeito, diálogo e o entendimento de que o “governador não existe para ser servido e sim para servir”.

Em contraposição ao modelo de chantagem, Dino ressalta que sua experiência como presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) foi de diálogo com governadores, prefeitos e secretários de todos os partidos. Os apoios concedidos pela Embratur se basearam sempre em critérios técnicos.

“Na Embratur atendi a todos os estados, independentemente de filiação partidária do secretário de turismo ou do governador. Quem apresentou bons projetos técnicos foi atendido. Esse é o certo: Vamos deixar para trás esse modelo de chantagem política com os recursos públicos estaduais e promover parcerias com os municípios de todo o Maranhão,” concluiu.

23 de jan. de 2014

O prefeito Edivaldo Holanda Júnior assina nesta sexta-feira (24), às 9 horas, na sede da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) – Parque do Bom Menino, o Termo de Compromisso com o Ministério da Saúde visando à implantação do SOS Emergências no Hospital Municipal Clementino Moura (Socorrão II). O secretário de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, acompanhará a solenidade.

O Programa é uma iniciativa do governo federal que será implementado em parceria com o município, como uma estratégia para enfrentar e minimizar os principais problemas dos hospitais que integram a rede de urgência e emergência, com a consequente melhoria do atendimento prestado à população.

Para o secretário municipal de Saúde, Cesar Felix, o Programa vai permitir atendimento mais rápido, mais organizado e com internação mais adequada. “Um dos maiores problemas enfrentados pelos dois Socorrões é a superlotação pelo excesso de demanda e falta de leitos. Recebemos um grande número de pessoas e alguns nem sempre são casos de urgência e emergência; por isso, o SOS vai permitir uma melhor organização do fluxo de pacientes e a conexão entre as unidades de saúde”, explica.

O SOS Emergências vai atuar a partir da articulação entre o Socorrão II e os demais serviços de urgência e emergência como o Samu e as Unidades de Pronto Atendimento (Upas 24h), que vão aprimorar e tornar mais ágeis as condutas de acolhimento e classificação de risco dos pacientes e o monitoramento e gestão de leitos disponíveis em toda a rede.

A principal medida do Programa que vai permitir desafogar o Socorrão II é a implementação de leitos de retaguarda para onde serão encaminhados pacientes de complexidade intermediária que estejam com quadro clínico estável, sem risco iminente de morte e sem possibilidade de alta no momento do encaminhamento. Esses leitos serão identificados nas unidades da rede e em hospitais parceiros.

O Socorrão II realiza uma media de 4.883 atendimentos mensais de pacientes oriundos não apenas da capital, como também de municípios maranhenses e de estados vizinhos. A efetivação do SOS Emergências vai contribuir para diminuição do número de pacientes em macas nos corredores do Hospital e na redução da taxa de ocupação.

O Programa prevê aporte financeiro do Governo Federal para investimentos na estrutura do Hospital e capacitação dos profissionais.


O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), entidade que integra o Sistema Fiema está investindo mais fortemente na formação continuada e capacitação de seu quadro de instrutores. Prova disso é que a entidade assinará o terceiro convênio com universidades públicas em três meses.

Desta vez, o Senai firmará acordo para cooperação técnica em diversos campos com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), nesta sexta-feira (24), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema). No último bimestre de 2013, o Sistema Fiema, por meio do Senai, já havia firmado convênio com o Instituto Federal do Maranhão (IFMA) e com a Universidade Estadual do Maranhão (Uema).

A solenidade de assinatura acontecerá às 15h, no Salão Nobre, 5º andar, da Casa da Indústria Albano Franco, sede da Fiema, localizado no retorno da Cohama.

O convênio visa, dentre outros, o desenvolvimento e execução de cursos, programas e projetos de cooperação técnica entre as duas instituições e o intercâmbio em temáticas educacionais, culturais, científicos, tecnológicos e de pesquisa.

O foco principal do convênio é ter um corpo técnico cada vez mais preparado para atender à crescente demanda da indústria, além de possibilitar que projetos em diversas áreas do conhecimento sejam desenvolvidas pelas duas instituições de ensino.

Na ocasião, assinarão o convênio o presidente da Fiema, Edilson Baldez das Neves, o diretor regional do Senai e superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Marco Antonio Moura, e o magnífico reitor da UFMA, Natalino Salgado.
Acuada, governadora pede socorro para tentar amenizar o desgaste de imagem diante da crise carcerária do estado.

Cláudio Humberto
 
Sob pressão do senador José Sarney (AP), o PMDB fará ato em apoio à governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que está no olho do furacão após massacre no Complexo de Pedrinhas, onde presos foram decapitados em motim. O presidente do partido, Valdir Raupp (RO), e senadores visitarão Roseana na segunda-feira (27) para tentar impedir que ela sofra desgaste semelhante ao de Sérgio Cabral, no Rio.

Além de Raupp, participarão da visita Eunicio Oliveira (CE), Roberto Requião (PR), Vital do Rêgo (PB), João Alberto e Lobão Filho (MA).

Fernando Gabeira
Fui algumas vezes ao Maranhão. Não é, para mim, uma região distante que possa analisar racionalmente em laboratório. Gosto de lá e tenho apreensão por seu futuro. Os primeiros contatos que tive com o Maranhão foram estimulados pelo interesse por Alcântara, uma bela cidade, ligada a São Luís pela Baía de São Marcos. Alcântara são ruínas deixadas pelos ricos que a abandonaram, levando consigo maçanetas de porta, janelas, tudo o que puderam carregar.

Em Alcântara trabalhei na mediação entre os interesses das comunidades negras e indígenas e a base espacial, marcada por fracassos e até uma tragédia. Minha hipótese era de que, recuperando o casario colonial, harmonizando o interesse de quilombolas, indígenas e a própria base, seria possível construir um modelo em que várias épocas do Brasil convivessem no mesmo espaço. Isso ampliaria as possibilidades turísticas do Estado. Quase ninguém se animou com a ideia.

Mais tarde voltei ao Maranhão para cobrir as enchentes em Trizidela do Vale. E, finalmente, fiz um trabalho em Buriti Bravo sobre saúde, tendo de percorrer hospitais e postos em vários pontos da região, incluindo cidades médias, como Caxias.

A visita da última semana a São Luís foi a segunda que fiz por causa dos conflitos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Cabeças decapitadas, superlotação, luta interna na cúpula da Segurança, quase tudo do mesmo jeito. Quase tudo porque o governo, em vez de refletir sobre a ideia de manter metade dos presos de todo o Estado num só presídio, contratou uma empresa de segurança de aliados.

A governadora Roseana Sarney afirma que dizer que o Maranhão é dominado por uma família há 48 anos se trata de ignorância ou má-fé. Para mim, soa como afirmar que é ignorante quem acredita que a Terra gira em torno do Sol.

O que os olhos me dizem em São Luís e outras cidades? Que a família Sarney é onipresente em nome de ruas, vilas, maternidades, escolas. O ponto máximo dessa ocupação simbólica é a transformação do Convento das Mercês numa espécie de museu José Sarney, mascarado sob a denominação Fundação da Memória Republicana Brasileira. Se vejo TV, ouço rádio, leio o jornal diário e pergunto quem são os donos, a resposta é sempre a mesma: a família Sarney.

Sarney ganhou uma dimensão nacional superior à importância política do Maranhão. Ele não só enriqueceu mais, mas também ocupou mais espaços no poder do que seu Estado natal ocuparia sem ele. Com a crise de Pedrinhas, o Maranhão ressurge no noticiário e é razoável examinar a trajetória de Sarney em relação ao Estado que domina há quase meio século.

Quando foi eleito governador, em 1966 Sarney foi tema de um filme de Glauber Rocha. Fazia discursos inflamados, prometia acabar com a corrupção, com a impunidade, enfim, revolucionar um Estado paupérrimo. Hoje o Maranhão tem 12% de miseráveis, mais da metade da população não tem banheiros. Sarney tornou-se poderoso, os empreendimentos da família cresceram, mas tudo indica que agora essa relação dominadora pode ser derrubada.

Sarney e Roseana são aliados do PT. Certamente se inspiraram na forma de argumentar do governo federal para se defenderem na crise. Roseana afirmou que o Maranhão se tornou violento porque ficou mais rico. Quem não se lembra, em junho de 2013, dos argumentos de que a prosperidade era a causa das manifestações de rua?

Mas ela errou o tom. Na mesma semana licitava lagostas e caviar para alimentar o Palácio dos Leões, como o próprio nome indica. Sarney também lançou mão da tática do governo federal: ressaltar um ou outro aspecto positivo e se fixar nele como tábua de salvação, como o ministro Aloizio Mercadante ao examinar o baixo resultado do Pisa ou o ministro Guido Mantega descrevendo criativamente os números da economia.

No Maranhão, disse ele, há conflitos nos presídios, mas não se espalham pelas ruas. E foi mais longe na tática de argumentação dos setores oficiais da esquerda: apontou para os problemas dos outros. Mencionou o Espírito Santo e Santa Catarina, onde houve conflitos de rua, até mesmo acabando com o carnaval capixaba. Horas depois, distritos policiais metralhados, ônibus incendiados, uma menina de 6 anos morta pelas chamas, em São Luís. Não estavam preparados para a crise precisamente porque todos esses anos de dominação criaram uma espécie de viseira, alimentada pela falta de uma imprensa independente mais forte, à altura do Maranhão.

Embora o declínio seja visível, a força de Sarney no Maranhão também o é. As eleições maranhenses podem ter dimensão nacional. O adversário mais bem colocado é o presidente da Embratur, Flávio Dino, do PC do B. Depois de 48 anos de dominação do clã, passar às mãos do PC do B não deixa de ser uma trajetória singular para um Estado com tanto potencial.

Como o campo da política é mais pantanoso, não se sabe até que ponto virão mudanças. A sensação que tive em São Luís é de que, ao menos na capital, há um desejo de romper com o longo domínio. Com baixos índices sociais e alto nível de violência, os sobressaltos na sociedade são tão imprevisíveis quanto na política.



Devo voltar ao Maranhão para filmar os búfalos que importaram para desenvolver uma região do Estado. Os búfalos multiplicaram-se tanto que arrasaram a lavoura, e continuam aumentando. Quem sabe, correndo por fora, os búfalos não se tornem também protagonistas de destaque no Estado? Eles dão carne, leite e queijo, mas devastam tudo o que há ao redor.

Isso me parece muito com o destino de um Estado que cresce, mas deixa um rastro de destruição, violência e miséria. Os poderosos estão felizes. Os búfalos, também.

José Sarney precisava ter acreditado nos seus discursos de 1966, quando se elegeu. Estão lá no filme do Glauber. Seguiu um caminho diferente. O filme agora é outro: poder, riqueza, glória e o mesmo povo pobre das imagens de Glauber. (Fernando Gabeira – Jornalista, no Estadão).

22 de jan. de 2014

Andreza Matais - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O suplente de deputado federal Ernesto Vieira, preso no último sábado acusado pela Polícia Federal de participar de um esquema que desviou R$ 73 milhões da Mega-Sena, loteria administrado pela Caixa Econômica Federal (CEF), tem como padrinho político o presidente do PMDB no Maranhão, senador João Alberto, e o deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA), ambos ligados ao grupo do senador José Sarney (PMDB-AP). O desvio é o maior da história da CEF.

Vieira foi preso no município de Estreito (MA) pela Polícia Federal. Antes de se candidatar a deputado federal, ele concorreu a uma vaga de estadual, também sem sucesso. O empresário Pedro Iran Pereira Espírito Santo, sócio de Vieira  em um empreendimento, afirmou ao Estado que João Alberto deu autorização para Vieira se candidatar a deputado federal em 2010. "Ele era encostado no João Alberto e no Chiquinho Escórcio. Sempre gostou de se encostar em alguém com melhor condição", contou, ao revelar que ele intermediou o apoio dos políticos a Vieira. Na eleição deste ano, conforme o empresário que é considerado um dos homens mais ricos do Estado, a intenção de Vieira era apoiar a candidatura de Escórcio "pedindo votos".

O empresário diz que conversou com Vieira uma hora antes de ele ser capturado pela Polícia Federal. O suplente de deputado teria justificado ao sócio que o dinheiro encontrado em sua conta (cerca de R$ 30 milhões) era proveniente da venda de um terreno. "Ele ficou sabendo que sua conta foi bloqueada pela Justiça e me contou que era dinheiro da venda de um lote. Uma hora depois ele foi preso."

Conforme o empresário, contudo, o sócio não teria condições de comprar um terreno por valor milionário. "Só se ele comprou para pagar depois." Pedro Espírito Santo confirmou, ainda, que o suplente de deputado comprou um avião monomotor, segundo ele, por R$ 380 mil. A PF apreendeu o monomotor durante a busca e apreensão da Operação Éskhara (ferida, em grego) deflagrada sábado.

Prisões. O suplente de deputado é o único preso até o momento pela PF. Outras quatro pessoas continuam foragidas. Entre elas: Talles Henrique de Freitas Cardozo e os irmãos Alberto Nunes Trigueiro Filho e Paulo André Pinto Trigueiro. Uma quarta pessoa ainda é dúvida para a PF, que suspeita da possibilidade de se tratar de um outro nome fictício criado pela quadrilha para lavar o dinheiro. Em nome desta pessoa a PF encontrou R$ 42 milhões e sete veículos comprados recentemente em Goiânia (seis Corollas e uma Hilux).

Conforme a investigação, a quadrilha abriu uma conta corrente numa agência da CEF na cidade de Tocantinópolis. A partir de um bilhete falso da Mega-Sena o gerente liberou R$ 73 milhões para o pagamento do suposto prêmio. O dinheiro foi distribuído desta conta para outras dezenas. O Estado apurou que a quadrilha tentou aplicar o golpe em outros quatro Estados, mas não conseguiu apoio de um gerente para fazê-lo. A PF investiga a razão de a CEF permitir abertura de uma conta com um nome e um CPF inexistente. A CEF informou, por meio de nota, que identificou a fraude e comunicou à PF.

Um relatório de auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) revelou que a CEF cancelou em 496.776 mil contas correntes e poupança em 2012 que haviam sido abertas com CPFs inexistentes. O caso virou escândalo porque o saldo das contas foi contabilizado como lucro da CEF, conforme revelou a revista IstoÉ.

O pleno do Tribunal de Contas do Estado condenou, nesta manhã de quarta-feira (22), o ex-prefeito de Codó, Biné Figueiredo, pai do deputado Camilo Figueiredo, a devolver aos cofres públicos mais de R$ 1,4 milhão e pagamento de multa no valor de R$ 143 mil.

Os conselheiros do TCE julgaram irregulares as prestações de contas de dois convênios, relativo ao exercício de 2007, entre o município e a Secretaria de Estado da Saúde, ainda no governo do saudado Jackson Lago.

O ex-secretário de Saúde, Edmundo Gomes, que assinou os convênios, também foi condenado a pagar multa no valor de R$ 10 mil.

Excedentes do concurso da Polícia Militar do Maranhão, portando faixas e cartazes, fizeram uma manifestação pacífica, nesta manhã de quarta-feira (22), no retorno da Forquilha, para cobrar do governo Roseana Sarney (PMDB) o aumento do quadro efetivo da corporação.

Para o cabo Campos, um dos líderes do movimento, “a solução para o caos na segurança pública, para a vergonha nacional que o Maranhão hoje passa, está aqui (no protesto). São 15 mil jovens querendo entrar na PM e Corpo de Bombeiros”, observou o policial.

Campos disse ainda que existem 7 mil homens da PM, quando deveriam ser 28 mil policiais. “Temos 1 PM para cada 916 habitantes. Temos uma zona rural com duas viaturas. Quando se chama uma viatura, não se chega por falta de efetivo. Não adianta comprar viatura, equipamentos, armamentos se não tiver efetivo, criticou o policial.

Um novo protesto deverá acontecer ainda esta semana em local ainda a ser definido pelos dirigentes do movimento.

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Em uma carta aberta ao povo de Deus, bispos da Igreja Católica convocam para uma caminhada silenciosa no próximo dia 2 de fevereiro e fazem críticas ao Maranhão, que vive atualmente uma crise de violência e no sistema carcerário. O texto admite que o estado governado por Roseana Sarney (PMDB) aumentou sua riqueza, mas faz menção à sua marcante desigualdade social.

“Vivemos num Estado que erradicou a febre aftosa do gado, mas que não é capaz de eliminar doenças tão antigas como a hanseníase, a tuberculose e a leishmaniose”, diz trecho da carta. “É verdade que a riqueza no Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos de poucos, crescendo a desigualdade social. Os índices de desenvolvimento humano permanecem entre os mais baixos do Brasil”, continua.
Leia a íntegra da carta abaixo:

EM CARTA ABERTA AO POVO DE DEUS, OS BISPOS DO MARANHÃO CONVOCAM PARA O DIA 2 DE FEVEREIRO CAMINHADA SILENCIOSA EM DEFESA DA VIDA. VEJA A CARTA DOS BISPOS SOBRE A SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA NO ESTADO:

Ao Povo de Deus e a todas as pessoas de boa vontade
“Justiça e paz se abraçarão” (Sl 85,11)”

Ainda estão vivas em nós a forte emoção e dor, provocadas pelos últimos acontecimentos no Estado do Maranhão – a morte violenta da Ana Clara, criança de seis anos que faleceu após ter seu corpo queimado nos ataques a ônibus; os cruéis assassinatos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas; o clima de terror e medo vivido na cidade de São Luís.

A nossa sociedade está se tornando cada vez mais violenta. É nosso parecer que essa violência é resultado de um modelo econômico-social que está sendo construído.

A agressão está presente na expulsão do homem do campo; na concentração das terras nas mãos de poucos; nos despejos em bairros pobres e periferias de nossas cidades; nos altos índices de trabalhadores que vivem em situações de exploração extrema, no trabalho escravo; no extermínio dos jovens; na auto-destruição pelas drogas; na prostituição e exploração sexual; no desrespeito aos territórios de indígenas e quilombolas; no uso predatório da natureza.

Esta cultura da violência, aliada à morosidade da Justiça e à ausência de políticas públicas, resulta em cárceres cheios de jovens, em sua maioria negros e pobres. O nosso sistema prisional não reeduca estes jovens. Ao contrário, a penitenciária transformou-se em uma universidade do crime. Não nos devolve cidadãos recuperados, mas pessoas na sua maioria ainda mais frustradas que veem na vida do crime a única saída para o seu futuro.

Vivemos num Estado que erradicou a febre aftosa do gado, mas que não é capaz de eliminar doenças tão antigas como a hanseníase, a tuberculose e a leishmaniose.

É verdade que a riqueza no Maranhão aumentou. Está, porém, acumulada em mãos de poucos, crescendo a desigualdade social. Os índices de desenvolvimento humano permanecem entre os mais baixos do Brasil.

Não é este o Estado que Deus quer. Não é este o Estado que nós queremos! Como discípulos missionários de Jesus, estamos comprometidos, junto a todas as pessoas de boa vontade, na construção de uma sociedade fraterna e solidária, sem desigualdades, sem exclusão e sem violência, onde a “justiça e a paz se abraçarão” (Sl 85,11).

A cultura do amor e paz, que tanto almejamos, é um dom de Deus, mas é também tarefa nossa. Nós, bispos do Maranhão, convocamos aos fieis católicos e a todas as pessoas que buscam um mundo melhor a realizarem um gesto concreto no próximo dia 2 de fevereiro, como expressão do nosso compromisso com a justiça e a paz. Neste dia – Festa da Apresentação do Senhor, Luz do mundo, e de

Nossa Senhora das Candeias –, pedimos que se realize em todas as comunidades uma caminhada silenciosa à luz de velas, por ocasião da celebração. Às pessoas comprometidas com esta causa e às que não puderem participar da celebração sugerimos que acendam uma vela em frente à sua residência, como sinal do seu empenho em favor da paz.

Invocando a proteção de Nossa Senhora, Rainha da Paz, rogamos que o Espírito nos oriente no sentido de assumirmos nossa responsabilidade social e política para construirmos uma sociedade de irmãs e irmãos que convivam na igualdade, na fraternidade e na paz.

Centro de Formação de Mangabeiras-Pinheiro – MA, 15 de janeiro de 2014
Dom Armando Martin Gutierrez
Dom Carlo Ellena
Dom Élio Rama
Dom Enemésio Lazzaris
Dom Franco Cuter
Dom Gilberto Pastana de Oliveira
Dom José Belisário da Silva
Dom José Soares Filho
Dom José Valdeci Santos Mendes
Dom Sebastião Bandeira Coêlho
Dom Sebastião Lima Duarte
Dom Vilsom Basso
Dom Xavier Gilles

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