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12 de abr. de 2011

     O líder da oposição, deputado Marcelo Tavares (PSB), em inflamado discurso, esta manhã, na tribuna da Assembleia Legislativa, denunciou o contrato 69/2011, no valor de R$ 24.172,87 mensal, firmado entre a Secretaria de Saúde do Estado e a empresa IOSA – Indústria de Óleo e Sabão S.A – de propriedade de Emílio Jorge Murad, irmão do secretário Ricardo Murad, publicado no Diário Oficial do dia 30 de março passado.  
     O contrato, com prazo de um ano de validade, teria por finalidade o aluguel de um imóvel onde funcionou a antiga fábrica IVESA, no Caratatiua, para receber, armazenar, abrigar equipamentos médicos e hospitalares e servir de garagem para os veículos que integram a frota da secretaria, mas poderá ser cancelado, caso o governo do Estado atenda os apelos do líder oposicionista.
     Para evitar a execução do aluguel que renderá ao irmão de Ricardo Murad mais de R$ 290 mil por ano, Marcelo Tavares, com base na Constituição Federal, protocolou ontem na Casa um Projeto de Decreto Legislativo sustando o contrato celebrado entre a Secretária de Estado da Saúde e a empresa IOSA para abrigar e servir de garagem à frota.
    Segundo Tavares, o secretário de Saúde contratou com dispensa de licitação o aluguel de uma área por quase R$ 300 mil por ano do seu irmão Emílio Murad, cunhado da governadora Roseana Sarney, irmão de Jorge Murad, o que seria ilegal. Por isso apresentou, também, uma indicação a ser encaminhada à governadora sugerindo, “em nome da moralidade pública”, a suspensão do contrato.
     Para o líder da oposição, o acordo firmado entre Ricardo e Emílio Murad visa apenas o aluguel de um prédio para servir de garagem. Ele lamentou a postura da governadora em permitir tamanha aberração. “Infelizmente nós temos tido nos últimos meses uma governadora distante das questões do Estado, omissa e que não trata as coisas com a responsabilidade devida”, acusou.
     Marcelo advertiu que se a governadora não tiver a iniciativa de cancelar o contrato, o plenário da Assembleia Legislativa terá a missão de votar o Projeto de Decreto Legislativo de sua autoria. “O plenário desta casa, então, terá que resgatar o princípio da moralidade administrativa. A governadora disse que iria ser intransigente com a imoralidade e com a corrupção, agora ela tem a oportunidade de provar o que afirmou determinando a suspensão do contrato”, enfatizou.
     Diante do pronunciamento do parlamentar socialista, o líder do bloco governista, deputado Manoel Ribeiro (PTB) defendeu Ricardo Murad e disse não ver nada de anormal o secretario contratar a empresa do irmão para prestar serviço ao Estado. “Se nós formos ver o preço de mercado, vamos constatar que está dentro dos parâmetros. Eu estive há cerca de quinze dias procurando um imóvel para alugar, fazer uma garagem e não conseguir o imóvel aqui no centro da cidade, fui conseguir um terreno no Anil, que não dar um hectare”, justificou Ribeiro.
     Já o deputado Magno Bacelar (PV) disse também que não viu nada de irregular na contratação da empresa do irmão do secretário de Saúde e ainda se sentiu ofendido com as críticas do companheiro de plenário à governadora. “Quero dizer que me senti ofendido porque quando V.exa chama o governo de imoral e eu tenho a cara do governo, sou um dos líderes, então posso ser considerado um líder imoral. Por isso não vou votar na proposta de V.exa”, finalizou Bacelar.  

Passando a limpo
     O secretário de Saúde, Ricardo Murad, além de ter que prestar informações sobre os 72 hospitais que estão sendo construído sob sua responsabilidade, terá que prestar também esclarecimentos sobre a suspensão do convênio com a Fundação Antonio Jorge Dino.
     O cancelamento dos repasses de recursos para o Hospital Aldenora Bello, segundo o autor do requerimento, deputado Luciano Leitoa, levou a Fundação a desativar os serviços de pronto atendimento, provocando enormes transtornos aos portadores de câncer.

Limpando a área I
     O deputado Marcos Caldas entrou em rota de colisão com os professores que lotaram hoje as dependências da Assembleia Legislativa para tentar encontrar uma solução para o impasse sobre a greve que já dura 45 dias.
     Magno Bacelar discursava na tribuna em defesa do governo quando teve a iniciativa de propor que os professores retornassem a sala de aula, recebendo como resposta uma estrondosa vaia dos docentes.

Limpando a área II
     No exercício da presidência, Marcos Caldas não gostou dos apupos da categoria ao parlamentar que se encontrava na tribuna e ameaçou evacuar a galeria lotada de professores.
     Os docentes retribuíram a ameaça fazendo mais barulho ainda. Vendo a situação fugir do controle, Caldas mandou a segurança ficar aposto para retirar os manifestantes, mas foi aconselhado a manter a tranqüilidade por vários deputados. Ao final da sessão os ânimos estavam mais serenados.

Abacaxi
     O governo do Estado ainda nem conseguiu resolver o impasse salarial que gerou a greve dos professores e já terá que descascar um novo abacaxi no setor educacional.
     Um professor lembrava hoje que o governo terá que pagar no final deste mês piso salarial de R$ 1.687,14, o que representará um aumento de mais de 30 por cento, enquanto o Sinproessema estava pleiteando reajuste de 25 por cento sob o piso.

Convocação
     O deputado Marcelo Tavares vai apresentar à Mesa Diretora requerimento solicitando a convocação dos secretários Pedro Fernandes e Fábio Gondin para darem explicações sobre suposto desvio de R$ 95 milhões que teriam sido mandados pelo Governo Federal para socorrer as vítimas das cheias no Estado.
     Tavares adiantou que pretende saber onde foi parar o dinheiro que deveria ter sido usado para aliviar o sofrimento de centenas de famílias que perderam tudo com as enchentes.

1 comentários :

Tarcísio Passos disse...

O Marcos Caldas é um semi-analfabeto. Não pode entender o VALOR de um Professor e muito menos o que é EDUCAÇÃO.

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