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14 de mai. de 2011

Antonio Pereira ainda acredita na reestruturação do DEM
     Sob intervenção desde as eleições de 2010 quando a Executiva Nacional dissolveu todos os diretórios municipais por conta da aliança nacional com o PSDB, o Democratas (DEM), partido que herdou o espólio político do PFL, maior força eleitoral do Maranhão há cerca de uma década, luta hoje para tentar sobreviver e recuperar sua vitalidade perdida com as defecções de lideranças.
     Com uma bancada composta pelos deputados Max Barros (atual Secretário de Infraestrutura), César Pires, Raimundo Cutrim e Antonio Pereira, O DEM de hoje nem de longe lembra o PFL de tempos atrás e deverá ser incorporado ao PSDB num processo de fusão que está sendo discutido nacionalmente pelos líderes dos dois partidos.   
     Em função do ato da direção nacional que extinguiu todos os diretórios, os deputados estaduais não sabem precisar quantas comissões provisórias já foram criadas. O deputado Antonio Pereira adverte, no entanto, que a legenda já esteve presente em praticamente todos os 217 municípios do estado e está em processo de reestruturação.   
     Atualmente fala-se em fusão, mas especialistas acreditam que haverá anexação e não união em condições de igualdade, até porque o DEM vive nacionalmente uma fase de declínio. O partido que nas eleições de 1998 elegeu 105 deputados federais teve sua bancada drasticamente reduzida para 43 deputados em 2010 e não elegeu um único governador.
     Para complicar ainda mais, a maior liderança do partido, o Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab debandou e criou o PSD. E no Maranhão? Como ficará a legenda caso seja confirmada a fusão com o PSDB? Os Democratas do estado vão seguir a orientação da direção nacional pela aliança com os tucanos? Nesta entrevista concedida com exclusividade ao repórter Jorge Vieira, o deputado Antonio Pereira revela o que pensa sobre o futuro do partido.

JP Existe a possibilidade de fusão do DEM com o PSDB no Maranhão?
Antonio Pereira – É possível que haja a fusão, as lideranças nacionais estão em negociação com o PSDB, mas como o Democratas é de direita, os tucanos aceitam a fusão, mas desde que o PPS venha também fazer parte desta mistura para evitar que o partido sofra tanto o impacto ideológico. Existe de fato a proposta de fusão, mas isso não deve acontecer de imediato, até as eleições de 2012 eu tenho certeza que o DEM não se fundirá com ninguém.
JP – E a questão específica do Maranhão? Há possibilidade de coligação do DEM com os tucanos nas duas maiores cidades do Maranhão já que há uma resolução da executiva nacional orientando neste sentido?
Antonio Pereira – O Democratas na eleição passada esteve coligado nacionalmente com o PSDB e nós aqui no Maranhão fomos com o PMDB. O que nós esperamos da direção nacional é que não nos tire o direito de fazermos a composição que quisermos aqui no estado. Eu acho isso importante para o crescimento do partido.
JP – E se a direção nacional optar pela fusão após a eleição, como ficará o DEM no Maranhão?
Antonio Pereira – Se houver a partir de 2012 a fusão, nós que não somos aliados do PSDB e nem possuímos afinidades ideológicas, teremos o direito de sair sem nenhum trauma e sem risco de perda de mandato. Se houver de fato a fusão nós poderemos sair para qualquer partido.
JP – Caso de confirme a fusão das duas siglas, o senhor tem preferência por algum outro partido?
Antonio Pereira – Minha preferência é pelo Democratas. Todo mundo tá falando em sair, mas eu permaneço Democratas, quero ver as coisas acontecerem. Para mim seria ideal se o partido permanecesse vivo, fortalecido, porque queira ou não toda esse discussão em torno do partido, essa defecção do Kassab (Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo) e essa possível fusão vai enfraquecendo a legenda. No momento o que precisamos e nos reunir e trabalhar para que o partido seja fortalecido. Nós já saímos bastante enfraquecidos da eleição passada e esse tipo de discussão que está acontecendo sobre fusão acaba enfraquecendo ainda mais.
JP – Como o senhor analisa a falência do DEM, partido que herdou o espólio do PFL, que foi a maior agremiação partidária do estado?
Antonio Pereira – o PFL Foi um grande partido, mas já não existe. Quando mudou a denominação para DEM com o objetivo de renovar com lideranças jovens que prometiam muito no cenário político nacional, mas infelizmente não vigou. Isso é normal na política, mas serviu para enfraquecer nossa legenda. Na minha opinião, é preciso reestruturar, eu não gostaria de uma fusão e nem de ver as defecções que estão ocorrendo e sim que se reestruturasse e voltasse a ter o mesmo vigor do passado quando se chamava PFL. Eu acredito que possa haver ainda numa reestruturação.
JP – Existe a possibilidade do Democratas se unir com o prefeito tucano Sebastião Madeira, em Imperatriz?
Antonio Pereira – Madeira é um médico, meu amigo pessoal e na política existe todas as possibilidades. Talvez não seja o caminho natural, mas Madeira é uma liderança consolidada em Imperatriz e nós temos um relacionamento pessoal muito bom, mas para uma aliança política requer um amadurecimento maior.   

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