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30 de jun. de 2011

Estudantes do curso de Engenharia Química da Universidade Federal do Maranhão estão denunciando suposto crime de racismo praticado pelo professor da disciplina Cálculo Vetorial, Cloves Saraiva, contra o estudante de origem africana, Nuhu Ayuba.

Em abaixo assinado enviado a todas as autoridades da instituição, os alunos acusam o processar de humilhar publicamente o estudante com palavras ofensiva ao continente de origem e sugerindo que o mesmo faça clareamento da pele. Leia a baixo a íntegra do manifesto recebido pelo blog.  

Carta-denúncia dos estudantes

Nós, estudantes do curso de Engenharia Química da Universidade Federal do Maranhão/UFMA, matriculados na disciplina Cálculo Vetorial, informamos que o professor Cloves Saraiva vem sistematicamente agredindo nosso colega de turma Nuhu Ayuba humilhando-o na frente de todos os alunos da turma. 

Na entrega da primeira nota o professor não anunciou a nota de nenhum outro aluno, apenas a de Nuhu, bradando em voz alta que “tirou uma péssima nota”; por mais de uma vez o professor interpelou nosso colega dizendo que deveria “voltar à África” e que deveria “clarear a sua cor”; em um outro trabalho de sala o professor não corrigiu se limitando a rasurar com a inscrição “está tudo errado” e ainda faz chacota com a pronúncia do nome do colega relacionando com o palavrão “no cu”; disse que o colega é péssimo aluno por que “somos de mundos diferentes” e que “aqui diferente da África somos civilizados” inclusive perguntando “com quantas onças já brigou na África?”. 

Nuhu não retruca nenhuma das agressões e está psicologicamente abalado, motivo pelo qual solicitamos que esta instituição tome as providências que a lei requer para o caso.

Favor divulgar em todas as redes pois o que está acontecendo aqui é comum em outras Instituições.

Cristina Miranda
Coordenadora do CEN/MA

7 comentários :

Anônimo disse...

No mínimo, esse tipo de atitude é lastimável!

Anônimo disse...

Sr Jorge,este professor só pode estar doido,pois o Maranhão é o estado com maior porcentagem de população negra e parda do Brasil.A lei das cotas parece que poderá levar a problemas deste tipo.Quanto a sugestão de clarear a pele,não vejo problema, pois é comum as sugestões para que brancos façam bronzeamento.Coerencia sempre.

Claudia Sampaio disse...

Contraditório. Conheço o professor em questão e sei que é ainda um dos poucos que prezam pela formação dos universitários na UFMA. No mínimo um mal entendido que não deveria servir de mídia fora das universidades e sim ser resolvido dentro dela.

Anônimo disse...

Pior que a situação, é não terem feito nada ainda.

Anônimo disse...

Gente, não é mal entendido nenhum! Isso é racismo institucional e ele deve responder administrativamente e criminalmente.

Anônimo disse...

E é bom pra que todo o país saiba mesmo! Nada de se esconder atrás do cargo.. tem que mostrar a cara na globo ou no datena, porque ele é um criminoso.

Cloves Saraiva disse...

RETRATAÇÃO PÚBLICA

José Cloves Verde Saraiva, professor associado III da UFMA, vem mui respeitosamente pedir desculpas públicas a interpretação, certamente, dúbia do aluno nigeriano NUHU AYUBA, que durante as aulas de Cálculo Vetorial, no curso de Engenharia Química da UFMA, sentiu-se ofendido, e vem esclarecer este engano nos três itens seguintes:
1. Ao perguntar o seu nome não houve qualquer sentido jocoso, visto que sua pronúncia no seu idioma induz isto no nosso e que foi esclarecida por ele mesmo como o equivalente deste a NOÉ JOSUÉ.
2. Em conversa particular, referir-me ao Prêmio Nobel Nigeriano W. Soyinka sobre a frase “UM TIGRE NÃO DEFINE TIGRITUDE. UM TIGRE SALTA!” Quando me referi aos LEÕES AFRICANOS, que nas dificuldades de todo estrangeiro para o entendimento subjetivo de acusações preconceituais, esta não induz isso, pois sou também de cor Parda, assim como os meus familiares, e durante toda minha existência jamais proferiria tal insulto, principalmente para aluno.
3. Já referir-me em classe que “ser universitário é muita responsabilidade” e é costume dos alunos novatos (calouros) usarem as dependências da Universidade para outros fins fora do contexto educacional. Reclamei a você e aos outros colegas que não compareciam as aulas, nem fizeram os exercícios e, principalmente você, não compareceu ao PRÉ-TESTE e nem fez a sua 1ª Avaliação, além disso, não fez o PRÉ-TESTE da 2ª Avaliação, nem as suas notas de aula no caderno desta disciplina foram escritas e apresentadas até hoje. É lamentável! Faço o meu dever de professor cobrando o bom entendimento da disciplina, tendo formado excelentes alunos durante todo esse tempo, veja que a maioria dos seus colegas de classe cumpriram seus deveres e a turma passada não teve problemas deste tipo. Embora sabendo que você tem suas dificuldades naturais, como qualquer estrangeiro, deveria pelo menos se explicar, evitando interpretações errôneas sobre o seu atual comportamento como estudante da UFMA.
Firmo-me nestes termos públicos e receptivo a quaisquer outros esclarecimentos.

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