A taxa de reeleição dos prefeitos caiu para o nível mais baixo desde
2000, quando a disputa por um segundo mandato passou a valer pela
primeira vez. Em 2012, 55% dos prefeitos que tentaram se reeleger
conseguiram se manter no cargo, abaixo da taxa de 2008, de 65%. Em 2004 e
2000, as taxas foram de 58%. No total, são 1510 reeleitos e 14
prefeitos classificados para o segundo turno em 2012.
O percentual de renovação no comando das cidades também foi mais alto
que nas últimas eleições municipais. Em 73% dos municípios, os eleitos
não ocupam o cargo atualmente. Em 2008, a renovação foi de 60%. O
levantamento foi feito pelo Estadão Dados comparando o resultado do
primeiro turno com informações da Confederação Nacional dos Municípios
(CNM) sobre os candidatos à reeleição.
O PSB, partido que registrou o maior crescimento tanto em número de prefeitos como em eleitorado a governar a partir de 2013, teve o melhor resultado na corrida pela reeleição. Entraram na disputa 163 prefeitos da sigla e reelegeram-se 71%.
Quatro entre dez prefeitos reeleitos do PSB estão no Nordeste, mas
foi em Belo Horizonte que o partido teve a sua maior conquista, ao
reeleger Márcio Lacerda contra o candidato petista Patrus Ananias. A
disputa mineira gerou atritos entre os dois partidos, aliados no plano
nacional, e provocou rusgas públicas entre a presidente Dilma Rousseff e
o senador Aécio Neves (PSDB), apoiador de Lacerda.
Prefeitos. Metade dos atuais prefeitos concorreram à
reeleição em 2012, de acordo com a CNM. O PMDB foi o partido que mais
lançou candidatos a um segundo mandato consecutivo (527) e também o que
mais reelegeu prefeitos em número absoluto (296). Mas os peemedebistas
ficaram próximos à taxa nacional de reeleição, com 56%.
O DEM registrou a segunda melhor taxa de reeleição, atrás apenas do
PSB. Sete entre dez prefeitos candidatos da sigla se reelegeram. Mas o
bom desempenho dos democratas fica apagado pela redução no número de
candidatos à reeleição, já que pelo menos 100 prefeitos dos 500 eleitos
pela sigla em 2008 debandaram para outros partidos até agora.
A maioria migrou para o novato PSD, criado em 2011 pelo prefeito de
São Paulo, Gilberto Kassab. Por isso, o PSD também teve candidatos à
reeleição nesta que é sua primeira eleição. Em Ribeirão Preto, por
exemplo, a atual prefeita pelo PSD, Dárcy Vera, foi classificada para o
2º turno. O partido não soube informar o número de prefeitos que tem
atualmente e por isso não foi possível checar a sua taxa de reeleição.
Ciclos. Devido à introdução recente da possibilidade
de concorrer a um segundo mandato, os pleitos municipais têm
intercalado ciclos altos e baixos de reeleição. Isso ocorre porque nas
eleições de 2000 todos os prefeitos poderiam se candidatar novamente,
marcando um ciclo alto. Assim, na eleição seguinte, o percentual dos que
podiam concorrer foi menor.
As eleições de 2012 são de um ciclo baixo, após o ciclo alto de 2008.
Seis entre dez prefeitos poderiam se candidatar à reeleição, mas cinco
concorreram de fato. O resultado final, de 27% do total de prefeitos
reeleitos, é maior que do último ciclo baixo, que ficou em 23%. Nos
ciclos altos de 2000 e 2008, a taxa foi de 36% e 40%, respectivamente.
* Amanda Rossi, Daniel Bramatti, José Roberto de Toledo e Diego Rabatone
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