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18 de mai. de 2011

   O deputado Bira do Pindaré, em pronunciamento na Assembleia Legislativa, questionou o modelo de capacitação profissional proposto pelo governo estadual na última semana. O Estado, segundo a propaganda, promete capacitar mais de 400 mil pessoas em quatro anos.
        O Maranhão Profissional pretende investir oito milhões de reais na construção de onze Cetecma´s. Bira consentiu que a necessidade de capacitação é fundamental para o desenvolvimento do Maranhão, entretanto, a forma como esse projeto foi elaborado preocupou o parlamentar.
     Segundo o parlamentar, o governo estadual tenta, mas não consegue copiar o projeto do governo federal de expansão do ensino técnico. Nos IFMA´s, o estudante cursa o ensino médio e depois é encaminhado para o superior e técnico.
     “Aqui no Maranhão resolveu-se fazer uma separação entre Ensino Médio e a capacitação técnica. As escolas de Ensino Médio estão para um lado e o Ensino Técnico está para outro. E eu não consegui entender por que o Governo Estadual não adota o mesmo modelo do federal. Por que as escolas de Ensino Médio também não são habilitadas, preparadas para fornecer o Ensino Técnico aos maranhenses?”
     O Maranhão é, no ENEM, o 27º colocado do Brasil. “um estudante que termina o Ensino Médio, no Estado do Maranhão, não tem perspectiva nenhuma porque infelizmente as nossas escolas têm os piores indicadores do IDEB do Brasil”, denunciou Bira.
     De acordo com o parlamentar o MA tem uma das maiores parcelas de trabalhadores no mercado formal sem o ensino médio, não tem nem o ensino fundamental e uma quantidade imensa de analfabetos. Bira sugeriu ao Estado que faça a associação da capacitação técnica, da capacitação profissional e da escolaridade dos maranhenses.
     A RAIS (Relação Anual de Relações Sociais) de 2010 aponta um estoque de trabalhadores no mercado formal brasileiro, de 44 milhões de pessoas, o Maranhão tem um estoque de 636 mil. No mercado brasileiro, o estoque de trabalho formal, é da ordem de 40% da população economicamente ativa, no Maranhão, não chega a 20%, ou seja, temos uma defasagem de mais de 100% em relação à média nacional.
    40% dos empregados no mercado formal é servidor público, portanto não é o setor produtivo que gera os empregos no Maranhão, é sim o serviço público. No Maranhão, o salário médio hoje de quem está no mercado formal é R$ 1.340,00, é o quinto pior salário médio do Brasil. Para o deputado Bira a baixa escolaridade da nossa população é principal a responsável por essa tragédia social.
      O CAGED (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego) que acompanha mensalmente a movimentação de demissões e admissões foi divulgado ontem. Esse ano, até abril, o saldo do MA é negativo. São 1.781 postos de trabalho fechados no Maranhão, até esse momento, no ano de 2011. “Nós estamos crescendo para baixo igual rabo de cavalo”, criticou.
    “Há uma estagnação, há um retrocesso na geração de empregos aqui no Estado do Maranhão, e eu não sei se esses grandes projetos que estão sendo anunciados aí vão ser suficientes para resolver essa problemática, eu não sei, eu não quero vender ilusões, eu acho que os grandes projetos são importantes, ninguém tem dúvida disso, eles geram empregos não tem dúvida disso, mas eu não sei se é o suficiente”, concluiu.

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