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21 de jul. de 2011


Ex-presidentou usou estrutura do governo da Bahia para deslocamentos, foi assediado pela imprensa e blindado pela segurança
Thiago Guimarães, iG Bahia

Na primeira escala da turnê política que realiza pela região Nordeste nesta semana, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva se deslocou em helicóptero oficial e recebeu “blindagem” característica dos dias de Planalto.

Lula chegou à Bahia ontem. Desde o início da visita, passou por Santo Amaro da Purificação, a 109 km de Salvador, para visitar dona Canô, a matriarca da família Velloso. Abordado pela imprensa, evitou temas espinhosos – como a crise no Ministério dos Transportes – com chistes sobre a seleção brasileira de futebol e comentários sobre saúde da mãe de Caetano e Bethânia.

O clima de visita presidencial se manteve na segunda parada, em Feira de Santana, a 117 km de Salvador, onde Lula visitou um hospital erguido com verbas federais durante sua gestão (2003-2010). Como nos tempos de presidente, fez comentários genéricos sobre suspeitas de corrupção no governo federal. “Se as pessoas cometerem erros, pagam pelos erros que cometeram.”

Como nos tempos da Presidência, visita de Lula à Bahia teve direito a assédio da imprensa, discursos e estrutura de chefe de Estado para deslocamentos.

De volta a Salvador no helicóptero do governador da Bahia, Jaques Wagner, Lula manteve encontro fechado com petistas em um hotel. Na saída, disse apenas que “em evento onde tem governador ex-presidente não fala”. Segundo Wagner, o ex-presidente defendeu a necessidade de defesa do “projeto nacionaldurante as eleições municipais de 2012. Depois jantou com o governador no Palácio de Ondina, residência oficial.

Ao participar na manhã desta quinta-feira de mais um evento oficial do governo baiano - o lançamento do plano de agricultura e pecuária do Estado para a safra 2011/12 - Lula foi homenageado e chamado diversas vezes de “presidente” por dirigentes rurais. E teve direito a um discurso de exaltação de seu governo.

Como fazia nos palanques da campanha da presidenta Dilma Rousseff em 2010, defendeu a distribuição de renda no País. E disse já ter viajado “mais de 20 países de janeiro até agora falando o que aconteceu no Brasil”. “É importante que a gente tenha clareza: quanto mais dinheiro a gente fizer chegar à mão dos pequenos, mais vai crescer a economia brasileira”, disse.

A tentativa de evitar o contato de Lula com a imprensa durante o evento chegou a motivar um “curto-circuito” entre assessores do governador da Bahia, Jaques Wagner. O chefe de imprensa do governador permitiu a passagem de parte dos repórteres para a área de circulação das autoridades, para facilitar o posicionamento de câmeras e gravadores, mas seguranças do governo baiano tentaram reverter a autorização, dizendo que a ordem partira da assessoria de Lula.

Por fim, os repórteres foram mantidos no local e o ex-presidente passou à distância, sem falar com a imprensa. Discursou e saiu antes do final do evento – disse que tinha que tomar voo para Pernambuco, próximo destino do giro pelo Nordeste. O secretário de Comunicação da Bahia, Robinson Almeida, confirmou que Lula utilizou o helicóptero oficial durante os dias na Bahia por ser convidado do governador Jaques Wagner.

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