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25 de jul. de 2011

Cenas sugerem esquema em que assessores pediriam propina para destravar processos de empresas de combustível

Imagens foram feitas em 2008 a pedido do Ministério Público; a agência do petróleo não se pronunciou


Vídeos gravados sob a orientação da Polícia Federal, a pedido do Ministério Público, exibem cenas de suposta corrupção de funcionários da Agência Nacional de Petróleo, segundo reportagem da revista "Época".
 
As filmagens sugerem a existência de esquema de cobrança de propinas dentro da ANP, aparelhada pelo PC do B, em que assessores pediriam dinheiro para destravar processos de empresas de combustíveis.
 
Segundo a revista, a advogada Vanusa Sampaio, do Rio, que representa companhias do ramo, foi procurada por dois assessores da ANP: Antonio José Moreira e Daniel Carvalho de Lima.
 
A dupla, que dizia falar em nome do então superintendente Edson Silva, um ex-deputado federal do PC do B, expôs de forma explícita que cobrava propina para conseguir facilidades na agência.
 
A Superintendência de Abastecimento, comandada por Silva à época, define cotas de venda de combustíveis e libera e cassa licenças de distribuidoras e postos.
Ele é assessor direto do diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, também do PC do B da Bahia. 

Lima está no comando da agência desde 2005.
 
Segundo a revista, em 5 de maio de 2008, Moreira e Lima, assessores de Silva, entraram na sala de reuniões de Vanusa. Sem que suspeitassem, foram gravados.
 
No vídeo, dizem que, do valor total da propina (R$ 40 mil), Silva levaria R$ 25 mil e os R$ 15 mil restantes seriam rateados entre os dois. Em seguida, propõem à advogada que ela também passe a extorquir outras empresas.
 
As gravações são de 2008, mas todos ainda fazem parte da ANP. A Folha tentou falar com a agência mas, até o fechamento desta edição, não obteve resposta.

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