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30 de ago. de 2011


Os deputados Magno Bacelar (PV) e Marcelo Tavares (PSB) trocaram duras acusações na sessão desta manhã por conta da falta de esclarecimentos sobre o aluguel de uma aeronave utilizada na campanha da governadora Roseana Sarney em 2010 e paga pelo governo do Estado do Amapá.  

Num inflamado discurso, na tribuna, Marcelo voltou a apresentar documentos provando que o helicóptero foi utilizado para transportar a então candidata e reafirmou todas as acusações sobre o uso das aeronaves que deveriam transportar enfermos, mas que acabaram sendo utilizadas por políticos durante o período eleitoral.

Ao responder ao líder da oposição, Magno Bacelar procurou primeiro tentar isentar Sarney de culpa pelo uso indevido do helicóptero da PM. Falando diretamente para Tavares, Bacelar repetiu a pérola: “V. Exª queria que ele andasse de jumento, deputado?” E continuou: “nós queremos o jumento é como a história que já teve a sua função no passado, quando não tinha moto, quando não tinha carro, hoje nós estamos nas viaturas”, defendeu

Em seguida, Bacelar, sem argumentos para defender o indefensável, baixou o nível da discussão e partiu para a baixaria contra o governo José Reinaldo, que nada tinha a ver com a discussão entre os dois em plenário.

“Querer dizer que são momentos de lazer do presidente? Momentos de lazer nós não podemos esquecer jamais do passado. Porque, no passado, sabíamos que os momentos de lazer, os bacanais da vida eram uma verdadeira rotina que diariamente era aplicada. Ali sim se utilizava uma aeronave para sair daqui, para fazer um percurso para Barreirinhas, utilizava Boeing que saía daqui para o Rio de Janeiro, para Miami”, atirou.

Tavares não passou recibo sobre as insinuações contra o governo do tio José Reinaldo Tavares (PSB), aproveitou seu tempo na tribuna para reafirmar as denúncias de uso indevido das aeronaves e fez um apelo a Magno Bacelar.

“Peço ao deputado Magno Bacelar que deixe de fazer referências pejorativas ao jumento porque, como diz Luiz Gonzaga, que tem uma música que define muito bem a importância do jumento para os nordestinos e para o Sertão, ele diz que o jumento é nosso irmão. Então eu aconselho V.Exa. que faça uma leitura da letra dessa música do Luiz Gonzaga e deixe o jumento em paz, deputado Magno. Peço a V. Exª. não dê tarefas que ele não tenha a responsabilidade de fazer, como carregar pessoas atravessando os oceanos, mares e as baías. Deixe o jumento em paz, deputado Magno, por favor”, ironizou.

Aeronaves da campanha

Tavares, que iniciou há algum tempo uma série de denúncias contra a utilização indevida de helicópteros contratados no Estado do Maranhão, voltou a cargana sessão desta manhã. "Primeiro foi um helicóptero contratado pela Saúde por R$ 4 milhões, pelo secretário Ricardo Murad, para fazer o transporte de enfermos, conforme dizia a licitação. “E aí o deputado Ricardo Murad contratou um helicóptero da empresa PMR para carregar doente, mas era para carregar deputado. O prefixo desse helicóptero é o PTHN1. Essa denúncia foi formalizada à ANAC e a ANAC veio ao Maranhão e constatou num relatório que o helicóptero PTHN1 contratado pela Secretaria de Saúde, na verdade, estava equipado e aparelhado para carregar passageiros e não enfermos”, relembrou.

O mais grave, conforme o líder da oposição, e a referência que a ANAC faz sobre a movimentação integral, de agosto de 2010, do helicóptero PTYJS de propriedade da PMR Taxi Aéreo e operado pela secretaria de Segurança Pública do Estado do Amapá.

Segundo o relatório apresentado por Tavares, “essa empresa veio do Amapá para cá, porque na época houve uma operação da Polícia Federal que prendeu muita gente no Amapá e acusaram inclusive Sarney de ser o responsável pela nomeação do secretário de Segurança, que foi o responsável pela contratação dessa empresa”.

O líder oposicionista explicou que a empresa do Amapá veio para cá e aqui colocou um helicóptero de prefixo PTYJS à disposição da campanha da senhora governadora Roseana Sarney. E esse helicóptero voava aqui na campanha da governadora Roseana Sarney, mas era até pelo menos julho de 2010 pago com o dinheiro do Amapá, ou seja, um helicóptero que estava voando para a campanha da governadora Roseana Sarney.

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