Entidades
do setor participarão do órgão, que vai centralizar dados
DE
BRASÍLIA
O governo
decidiu criar um comitê de acompanhamento dos casos de violência contra
jornalistas após reunião realizada ontem entre a ministra Maria do Rosário
(Direitos Humanos) e entidades que representam empresas e profissionais de
comunicação.
Chamado
de "observatório", o comitê será coordenado pela secretaria e terá participação
das entidades. O objetivo é centralizar as informações e levantar estatísticas
sobre os casos de violência.
"Esse
problema é extremamente grave, porque envolve não apenas a integridade física
dos jornalistas e o direito do exercício da profissão, mas também o direito do
conjunto da sociedade, que é a liberdade de expressão e o acesso à
informação", afirmou o presidente da ABI (Associação Brasileira de
Imprensa), Maurício Azêdo.
Participaram
ainda da audiência o diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais),
Ricardo Pedreira; o vice-presidente da Fenaj (Federação Nacional dos
Jornalistas), Celso Schroeder; e o presidente da Altercom (Associação
Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação), Renato Rovai, que
representa blogueiros.
Schroeder
disse que o "observatório" organizará as informações sobre a
violência contra jornalistas para ter dados mais precisos: "O aumentos
desses crimes é consequência da impunidade". A última vítima da violência
foi Décio de Sá, blogueiro e repórter do "Estado do Maranhão", morto
em 23 de abril.
Rosário
disse que "quando um jornalista é atingido, temos também o exercício da
livre possibilidade de comunicação atingida. Portanto, estão atingidos os
direitos de todas as pessoas".
Ontem a
ANJ e outras associações de imprensa da América do Sul divulgaram um alerta
sobre a violência a jornalistas, a Declaração de Santiago. O texto destaca que
"os 29 jornalistas assassinados" na região em 2011 (dos quais quatro
brasileiros) somam "um terço do total mundial". No Brasil, só em 2012
foram mortos quatro jornalistas.
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