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8 de mai. de 2012


Sob forte pressão da governadora Roseana Sarney, a Comissão Parlamentar de Inquérito, proposta pelo deputado Bira do Pindaré (PT), para investigar crimes de pistolagem no Estado, a partir de 2010, está literalmente sepultada.

Embora o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Arnaldo Melo (PMDB) tenha usado hoje (08) a tribuna para negar interferência do governo contra a instalação da CPI, o fato é que a bancada governista se omitiu, fugiu para não assinar o requerimento.  

Num discurso torto e cheio de contradição, Arnaldo Melo tentou justificar o injustificável: a omissão do Poder Legislativo em colaborar com a investigação que poderia chegar, inclusive,  aos matadores do jornalista Décio Sá, uma espécie de porta-voz da oligarquia Sarney.

“Essa história de CPI de Pistolagem que o governo é contra é uma falácia porque esta Casa não é delegacia de polícia, nós não temos responsabilidade sobre isso e não temos instrumento. A Mesa Diretora já discutiu essa questão e chegamos à conclusão que eu não queria inclusive colocar desta forma, mas a verdade é que nós não temos instrumentos, aparato suficiente para investigar crime de pistolagem”, justificou.

Estranho essa posição do presidente da Assembleia porque foi justamente o Legislativo estadual que deu exemplo ao país ao criar a CPI do Crime Organizado, que levou os deputados José Gerardo de Abreu e Chico Caíca para a cadeia. O deputado Hemetério Weba também teve problemas, mas conseguiu provar sua inocência.   

“Eu não tinha me manifestado, mas sou contrário essa CPI da Pistolagem,  porém, aceito ser voto vencido se a maioria aprovar. Não fui consultado, não fui acionado, ninguém tratou desse assunto comigo, secretário de Segurança, secretário de Estado qualquer, governadora do estado, ninguém tratou comigo. Então por que o governo não quer? Eu acho que isso é um discurso um pouco cruel. O governo do estado não está no meio disso. Eu emiti a minha opinião, na semana passada, e eu acho que a sociedade está angustiada, todos nós estamos angustiados com esse tipo de crime. Isso é um absurdo. A sociedade não pode mais aceitar. No entanto, não vamos, senhores deputados, trazer essa questão para dentro da nossa Casa. Isto nós não temos condições de resolver”, discursou Melo.

O discurso do presidente da Casa foi o sinal que estava faltando para os deputados da base do governo, que ficaram de assinar o requerimento, sumissem do plenário. Até Hemetério Weba, que empenhou a palavra pela CPI, desistiu de assinar o documento.

Pior fez o ex-secretário de Segurança, Raimundo Cutrim (PSD). Ele defendeu contra a instalação da CPI por entender que as investigações devem ser comandadas pela Secretaria de Segurança. Só que no mesmo pronunciamento, Cutrim tratou de avisar que o atual secretário de Segurança, o araponga da oligarquia, Aluísio Mendes, não tem competência para comandar a apuração dos fatos.  

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