FELIPE BÄCHTOLD
A onda de renovação ocorrida nas eleições
municipais baixou a média de idade dos prefeitos eleitos nas capitais.
Políticos com menos de 35 anos, sem idade sequer
para concorrer a uma vaga no Senado, vão governar três dessas cidades a partir
de 2013.
Levando em conta os 26 municípios, o prefeito
eleito médio deixa de ser "cinquentão" para ter idade de 48 anos. Há
quatro anos, o índice era de 51,5 anos.
A queda reflete derrotas de políticos experientes,
como os tucanos João Castelo, 75, em São Luís, e José Serra, 70, em São Paulo.
Tendência semelhante já havia se verificado pelos Estados em 2010.
Na eleição municipal anterior, acabaram eleitos
nomes como o do peemedebista Iris Rezende (GO), 74 anos à época, e de Amazonino
Mendes (PDT), com então 68 anos, em Manaus.
O movimento de renovação começou antes mesmo da
campanha deste ano. Amazonino e o catarinense Esperidião Amin (PP), 64, nem se
candidataram.
Em 2008, elegeram-se três com menos de 40 anos --o
número dobrou em 2012.
Alguns dos jovens que entram são motivados por
tradição familiar. A vitória em Salvador de ACM Neto (DEM), 33, é o principal
exemplo.
O mais novo da turma é Cesar Souza Júnior, 33, que
ganhou em Florianópolis pelo PSD. Ele é filho de um ex-deputado apresentador de
TV e já ocupa cargos públicos há seis anos.
O eleito atribui a renovação a uma "troca
geracional" da política do Estado e cita que pela primeira vez em décadas
não houve ex-prefeitos ou ex-governadores no páreo.
Admirador do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ele avalia que houve
rejeição à sua candidatura no início da campanha.
"A idade pode fazer com que alguns
preconceitos sejam exacerbados e isso me dá ainda mais responsabilidade",
disse à Folha.
Os principais rivais de Souza Júnior na campanha
tinham de 39 a 43 anos.
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Nas capitais, o mais velho vencedor é João Alves
Filho, 71, do DEM, em Aracaju (SE). Ele já governou Sergipe em três mandatos e
foi prefeito da capital do Estado na década de 1970.
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