Comissão de empresários discute sobre a paralisação da Refinaria Premium |
Uma comissão de representantes da AJE/MA
(Associação de Jovens Empresários do Maranhão) esteve nesta quarta-feira nos
municípios de Rosário e Bacabeira onde se reuniu com lideranças políticas e
empresariais das duas localidades. O objetivo dos encontros foi debater a
situação da Refinaria Premium I, que teve o seu cronograma de operação alterado
e gerou uma série de problemas para moradores e empresários da região. Uma nova
reunião com lideranças políticas e empresariais dos dois municípios ficou
acertada para acontecer no dia 23 de abril.
O primeiro a receber a comitiva composta pelos
empresários Jaime Neto, Frabrízio Duailibe, André Souza, Tairone Barreto,
Luciana Torres, Laura Sá, Urias Júnior e Rafael Sombra foi o presidente da
Câmara Municipal de Rosário, vereador Leandro Cavalcante. Durante a
audiência, um grupo de empresários da cidade relatou os principais problemas
enfrentados após a paralisação das obras da refinaria. A empresária Amanda
Coutinho, proprietária de uma pequena empresa de material de expediente e
xerox, disse que viu o seu faturamento cair 20% nos últimos meses quando o
ritmo das obras do empreendimento começou a ser reduzido. “Tive que buscar
outros clientes no mercado porque senão teria quebrado”, afirmou. Ela disse que
todos os contratos com empresas ligadas ao projeto da Premium foram suspensos.
Outro que também amarga prejuízo, causado pela
alteração do cronograma da refinaria, é o empresário do ramo de cerâmica
Isonaldo Oliveira. Apostando no empreendimento da Petrobras, Oliveira investiu
cerca de R$ 100 mil no seu negócio para ampliar a capacidade de
atendimento a ser gerada a partir do projeto. Com a paralisação das
obras, não conseguiu gerar uma receita capaz de cobrir os investimentos feitos
e agora contabiliza prejuízo na mesma ordem dos recursos aplicados. “Fiz o
investimento apostando na refinaria. Se não tivesse havido a promessa de novos
negócios eu não precisaria investir, pois a minha empresa tinha capacidade para
atender muito bem como estava”, lamentou. O presidente da Câmara, vereador
Leandro Cavalcante, reconhece que algo precisa ser feito para que a situação
seja totalmente esclarecida.
De Rosário, a comitiva dos jovens empresários
seguiu para Bacabeira onde foi recebida pelo prefeito da cidade, Alan Linhares
(PTB). Linhares disse que a previsão de perda de receita do município,
somente neste ano, com a paralisação das obras, é da cerca de R$ 2 milhões.
Acrescentou que o município se preparou para receber a refinaria, incentivando
a capacitação da mão de obra local, que agora está tendo que ser recolocada por
não ter sido absorvida pela refinaria. “Temos que unir esforços para garantir a
instalação da refinaria em nosso estado”, disse. “A refinaria é maior que o
município de Bacabeira”, acrescentou.
A agenda dos jovens empresários em Bacabeira foi
concluída com uma reunião de líderes empresariais do município, que relataram os
problemas enfrentados nos últimos dois meses quando as obras começaram a ser
paralisadas. A empresária Adriana Dias, por exemplo, que mantém uma loja de
equipamento de proteção individual (EPI), disse que sofreu uma redução de 80%
no seu faturamento com o cancelamento dos pedidos. Para ela, a saída será
deixar a cidade de Bacabeira e montar seu negócio em outro lugar antes de os
prejuízos aumentarem. A presidente da Associação Comercial de Bacabeira,
Núbia Bastos, disse que, em uma semana, 20 inscrições para cursos
profissionalizantes voltados para a preparação de mão de obra da refinaria,
foram cancelados. “Estamos vivendo um momento de frustração. Antes víamos de
três a quatro mil homens trabalhando na obra, hoje passamos no local e vemos
tudo parado”, relatou.
O proprietário do restaurante Serv Bem Joel
Magrino afirmou que sofreu um calote de R$ 50 mil com o fornecimento de
alimentação para empresas terceirizadas da Petrobras, que trabalhavam na obra
da refinaria. A vice-presidente da Associação Comercial de Bacabeira,
Romila Feitosa, pontuou que é preciso exigir uma resposta das autoridades
envolvidas. Afirmou que seu negócio sobrevive porque atende a outros clientes
do mercado local, pois se dependesse da refinaria não poderia ser mantido.
Um dos representantes da comitiva de jovens
empresários, Jaime Neto, disse que o objetivo da iniciativa é garantir que o
empreendimento seja concluído no Maranhão. “Precisamos nos mobilizar para fazer
com que a Refinaria Premium I passe a ser uma prioridade para a Petrobras”,
destacou. Garantiu que esse processo de mobilização está apenas
começando, mas que é preciso que ele ganhe amplitude para garantir a
concretização do projeto orçado em R$ 40 bilhões. “Sabemos que um terço do
investimento já foi perdido”, lamentou. Para Luciana Torres, que também
representa os jovens empresários, o empreendimento é muito importante para o
estado e atinge a todos direta e indiretamente razão pela qual é fundamental a
união de esforços no sentido de sua concretização. Ela disse que o
interesse dos jovens empresários é pela que a refinaria se torne uma realidade
para os maranhenses.
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