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30 de mai. de 2011

   O deputado Bira do Pindaré (PT) voltou a denunciar o recrudescimento da violência no campo e a prática de crime de pistolagem contra lideranças rurais no interior do Estado. Segundo o parlamentar, a última vítima de tentativa de assassinato foi ao líder quilombola Almirandi Pereira Costa (Dinho), que sofreu um atentado em sua casa dia 27 de maio e felizmente sobreviveu.

   A Comissão Pastoral da Terra (CPT) emitiu uma nota que trata do assunto. “Almirandi está na luta pela titulação do território Quilombola do Charco em conflito com Gentil Gomes, pai de Manoel de Jesus Martins e Antônio Martins Gomes. Recentemente beneficiados por um salvo-conduto pelo TJ. E os dois estão denunciados pelo Ministério Público Estadual sob a acusação de serem os mandantes do assassinato de Flaviano Pinto Neto, líder do mesmo Quilombo no dia 30 de Outubro de 2010. A tentativa ocorreu por volta das 21h30min, do dia 27 de maio, depois de ele ter voltado de uma reunião no Quilombo Charco”, trecho da nota da CPT.

   A comissão de direitos humanos da OAB-MA também emitiu uma nota condenando o Tribunal de Justiça do Maranhão. O TJ-MA mantém em liberdade os fazendeiros Antônio Gomes e Manoel Gentil – acusados de serem os mandantes do assassinato de Flaviano Pinto, líder quilombola do Charco.

   “Na noite de sexta-feira, por volta das 21 horas, a casa do Senhor Almirandir, Vice-Presidente da Associação Quilombola do Povoado Charco em São Vicente Férrer, onde o Senhor Flaviano foi assassinado ano passado, foi alvejado com três tiros. Trata-se de mais um trabalhador ameaçado daquela comunidade. É inadmissível que o TJ do Maranhão continue considerando que a garantia de dar liberdade aos fazendeiros Antônio Gomes e Manoel Gentil não seja uma efetiva ameaça às vidas das lideranças quilombolas da região”, trecho da nota da OAB.

   Bira mostrou-se indignado com a situação de completo descontrole da segurança pública no Maranhão. O parlamentar afirmou não ter medo de represálias e se comprometeu a continuar defendendo a causa dos trabalhadores rurais e quilombolas do Estado.

   “Mataram Flaviano, e agora tentaram matar outra liderança do mesmo povoado, do mesmo povoado, povoado de Charco, em São Vicente de Férrer. Eu espero ter oportunidade de ir lá, de conhecer, não tenho medo dessas coisas não, eu acho que nós temos é que passar a limpo essas histórias, não dá para a gente calar diante da pistolagem, que parece que como indica esse caso, está querendo voltar para o Estado do Maranhão”.  

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