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7 de out. de 2011

Maurício Savarese
Do UOL Notícias

Funcionários dos Correios participam de assembleia na avenida Cruzeiro do Sul, zona norte da capital paulista, nesta quarta-feira (5).O acordo fechado por representantes dos funcionários e a direção dos Correios foi rejeitado pela maioria dos trabalhadores, dando continuidade à greve de mais de 20 dias que já impediu 136 milhões de correspondências de chegaram a seus destinos no prazo correto Mais Shadow/ AE

A nova tentativa de um acordo entre sindicalistas e a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) fracassou nesta sexta-feira (7), estendendo a greve dos Correios pelo menos até a próxima terça-feira (11). O presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), João Orestes Dalazen, decidiu que o dissídio à categoria será definido em julgamento.

A paralisação pode acabar antes do julgamento se houver um acerto entre as partes. Dalazen afirmou que se isso não acontecer, a decisão da tarde de terça-feira dará fim à greve, com estipulação do dissíduo e de eventuais compensações a serem feitas pelos funcionários.

Na terça-feira (4), as partes chegaram a um acordo no TST, mas nas assembleias os funcionários rejeitaram a proposta. Nesta tarde, de acordo com Dalazen, nenhum das partes avançou na busca por um acordo. Entre as principais divergências estão o valor do abono, a data para um aumento real dos salários e o desconto dos dias parados em razão da greve.

O secretário-geral da Fentect (federação , José Rivaldo, afirmou que "há esperança de um acordo na segunda-feira antes do julgamento no TST". "Os trabalhadores vão ser esclarecidos do risco de termos de compensar todos os dias de paralisação, e não apenas os seis que negociamos", disse. A jurisprudência da Corte considera suspensos os contratos de trabalho durante movimentos grevistas.

O vice-presidente dos Correios, Larry de Almeida, também disse confiar em um acordo até a data do julgamento. "Nós aceitamos as duas propostas feitas pela conciliação no TST. Lamentamos que tenham rejeitado", disse. Segundo ele, cerca de 35 mil dos 107 mil servidores dos Correios estão trabalhando aos finais de semana para compensar os atrasos.

Até agora cerca de R$ 160 milhões de correspondências estão acumulados para entrega. Os Correios afirmam que a greve atinge 20% dos seus funcionários. Os grevistas dizem que adesão chega a 70%.

Ontem, o TST determinou que os sindicatos deveriam manter em atividade pelo menos 40% de seu quadro de funcionários para garantir o serviço durante a greve convocada há 24 dias.

Dalazen tomou esta decisão para que a Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) atenda os "serviços inadiáveis" da comunidade.


O descumprimento da decisão, que foi tomada pela Justiça depois de os sindicatos terem rejeitado internamente o acordo que fora alcançado na terça-feira entre os Correios e a Fentect, levará a uma multa de R$ 50 mil.


O acordo alcançado na terça-feira contemplava um aumento salarial real de R$ 80 a partir de outubro e um reajuste de 6,87% que seria retroativo a 1º de agosto.


Além disso, as duas partes haviam concordado que seis dias de greve seriam descontados dos vencimentos e que os funcionários dos Correios trabalhariam durante fins de semana e feriados para entregar as 136 milhões de cartas acumuladas.


A greve começou em 14 de setembro, depois do fracasso das negociações nas quais os trabalhadores reivindicavam um aumento salarial de R$ 400 a partir de janeiro de 2012, reposição da inflação de 7,16% e mais 24,76% para compensar perdas acumuladas desde 1994.

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