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3 de out. de 2011

RENATO MACHADO
DE BRASÍLIA


Representantes dos trabalhadores dos Correios preparam para esta terça-feira uma grande manifestação em Brasília. O ato vai acontecer no mesmo dia em que uma audiência de conciliação entre as partes no Tribunal Superior do Trabalho vai tentar encerrar a greve, que está completando 20 dias.

A greve pode ser encerrada ainda nesta terça-feira, caso haja avanço nas negociações durante a audiência. Isso porque os sindicatos da categoria vão realizar assembleias no fim da tarde para analisar possíveis propostas.
 

Pela manhã, a Fentect (Federação dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares) espera reunir mil trabalhadores de diversas regiões do país, em frente ao prédio sede da empresa. A concentração para o ato com chegada das caravanas de outros estados está marcada para cerca de 9h.

No último protesto em frente ao prédio dos Correios, a entrada foi bloqueada para evitar que os trabalhadores que não aderiram ao movimento entrassem.

Os trabalhadores devem em seguida se encaminhar ao TST para acompanhar a audiência. Segundo a Fentect, o principal entrave atual nas negociações é a data em que vai vigorar o aumento real.

"Nós queremos o ganho real a partir de agosto e não a partir de janeiro do ano que vem. Se houver propostas, nós vamos levar para a assembleia, mas por enquanto a greve continua", disse o secretário-geral da Fentect, José Rivaldo da Silva.

 Editoria de Arte/Folhapress

Os trabalhadores querem incremento de R$ 200, a ser pago a partir da data base de 1º de agosto, ou incorporação de abono de R$ 800 ao salário total.
Os Correios, por sua vez, propõem aumento de R$ 80, a partir de janeiro de 2012, e abono imediato de R$ 500.

Outra reivindicação é uma compensação para o corte no salário de setembro dos dias parados.

Na sexta-feira da semana passada, os trabalhadores obtiveram uma decisão liminar do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região que impedia a empresa de efetuar cortes no ponto dos funcionários. A empresa afirma não ter sido notificada.

A assessoria de imprensa do TRT, no entanto, afirma que a decisão vale apenas para o Tocantins e Distrito Federal, as duas unidades da federação que integram a 10ª Região.
Os Correios estimam que 23% dos 107 mil funcionários estejam em greve atualmente - o sindicato fala em perto de 70%.

O último balanço da empresa aponta 120 milhões de objetos estão com a entrega atrasada - o que corresponde a 35% do total. Os Correios afirmam que a demora na entrega está atualmente entre três e quatro dias.

Rahel Patrasso - 30.set-11/Frame
Funcionários dos Correios e bancários em greve durante manifestação conjunta no centro de São Paulo, na última sexta-feira (30)
Funcionários dos Correios e bancários durante manifestação conjunta no centro de São Paulo, na sexta (30)
 
BANCÁRIOS

Os bancários, por sua vez, prometem intensificar o movimento grevista, que completa sete dias hoje. "Queremos quebrar a intransigência dos bancos públicos e privados", disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeira).

Os bancários pedem 12,8% de aumento sobre pisos e salários, além de ampliação dos ganhos nas participações nos lucros, entre outras exigências. Os banqueiros ofereceram 8%. A proposta foi rejeitada.

O comando nacional de greve reclama do "silêncio" da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Segundo a Contraf (federação dos trabalhadores), a entidade patronal não manifestou, até agora, intenção de retomar as negociações.

Para potencializar o movimento, os funcionários dos Correios e os bancários em greve fizeram uma manifestação conjunta na tarde de sexta-feira (SP) no centro da capital paulista.

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