MÁRCIO
FALCÃO
Com
receio de que o novo partido da ex-senadora Marina Silva não consiga ser
oficializado para concorrer às eleições de 2014, parlamentares que estavam em
negociação decidiram adiar a mudança para a Rede, nome escolhido para a
legenda.
A ideia
de Marina e seus interlocutores é fazer uma nova rodada de conversas quando o
cenário para formalizar o partido estiver mais claro.
Para ser
criado, a Rede precisa recolher 500 mil assinaturas em pelo menos nove Estados.
Esse processo precisa ser concluído até setembro deste ano para que a nova
sigla seja credenciada para participar das eleições de 2014.
A
ex-senadora e colaboradores admitem que a coleta de assinaturas para a criação
da sigla é um desafio, mas apostam na mobilização, especialmente pela internet,
para tirar a legenda do papel.
A
expectativa de Marina era apresentar no lançamento da Rede uma bancada de pelo
menos seis deputados federais, mas só três foram anunciados como fundadores:
Domingos Dutra (PT-MA), Walter Feldman (PSDB-SP) e Alfredo Sirkis (PV-RJ).
Também já
anunciaram o embarque a deputada estadual Aspásia Camargo (PV-RJ) e os
vereadores Ricardo Young (SP), Jefferson Moreno (RJ) e Heloísa Helena (AL).
A Rede
também conversou com os deputados Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Reguffe (PDT-DF) e
Alessandro Molon (PT-RJ), além do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e da
ex-senadora Serys Slhessarenko.
Serys
disse que teve conversas preliminares com a equipe de Marina e que estava
esperando a consolidação do novo partido. "A gente tem de esperar
consolidar as questões aqui e depois ver a questão eleitoral", afirmou.
Reguffe
circulou pelo local e prometeu ajudar na coleta de assinaturas. "Não
pretendo sair do PDT, mas vou ajudar a recolher assinaturas porque é justo e
democrático que a Marina possa disputar a Presidência", disse.
Suplicy
seguiu o mesmo discurso e até assinou a ficha para a criação do partido. Ao
lado de Marina e Heloísa Helena, ele afirmou que ficou "tentado a cair na
Rede", mas disse que se comprometeu a permanecer no PT enquanto o partido
aderir a suas propostas, como a renda mínima e a transparência nos gastos do
governo.
Por ora,
a ordem na futura legenda é minimizar a ausência de estrelas da política. A
ex-senadora, em entrevista concedida anteontem, disse que não haverá
"recrutamento" de parlamentares.
"Ninguém
está à caça de parlamentar, nem fazendo tudo para ter bancada. As pessoas virão
por identidade programática, por coerência com as regras da Rede. Muitos dos
nossos aliados continuarão em seus próprios partidos."
O
estatuto do futuro partido prevê pontos polêmicos para sua bancada, como o
limite de uma reeleição e a exigência de que só poderá assumir cargo no
Executivo quem renunciar ao mandato parlamentar.
PRÓXIMOS
PASSOS DA REDE
1. No
sábado, um encontro com mais
de mil militantes aprovou o programa e o estatuto do novo partido de Marina
2. O
estatuto e o programa precisam
ser publicados no "Diário Oficial da União"
3. Os
organizadores terão que
coletar cerca de 500 mil assinaturas em pelo menos nove Estados do país
4. As
assinaturas serão
submetidas para registro nas Justiças Eleitorais Estaduais
5. Para o
partido de Marina poder
concorrer em 2014, o registro da sigla no TSE precisará ser julgado até
outubro, um ano antes da eleição
6.
Confira as datas para que
Marina consiga fazer com que a legenda seja registrada
- Até 23.set Prazo para que o partido protocole o pedido de registro no TSE, caso o trâmite sofra o maior atraso possível
- Até 25.set Tribunal distribui o processo e publica o edital
- Até 28.set Prazo para que seja impugnado o pedido
- Até 1º.out Prazo para a Procuradoria se manifestar
- Até 4 de outubro Data limite para que a Procuradoria devolva o processo e ele seja julgado. Batido o martelo, o partido passa a existir
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