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7 de jul. de 2014

Maranhão da Gente

Quando declarou seus bens em 2010, para o cargo de 1º Suplente de Senador, com o número eleitoral de 151 pelo Partido do Movimento Democrático Brasil, o candidato do grupo Sarney, Edinho Lobão, possuía bens declarados no total de exatos R$ 2.570.010,32. Hoje, passados apenas quatro anos, Edinho Lobão está, sem dúvidas, bem mais rico – declarou para esta eleição um patrimônio de R$ 9.881.256,03.

O aumento de R$7.311.245,11, que significa 284,48% mostra que, ao ano, o suplente de senador e atual candidato teve seus bens aumentados em, no mínimo, R$1.827.811,28. Entre os bens declarados, lanchas, helicóptero, ações de diversas empresas de comunicação e outros ramos e muitos imóveis, além de investimentos variados, entre apólices e ações, em bancos diferentes.

Recentemente, Edinho Lobão, investigado pela Polícia Federal, por ordem do Supremo Tribunal Federal, foi acusado de usar uma empregada doméstica como laranja para fugir de dívidas de um empréstimo e do pagamento de impostos. Uma investigação da Receita Federal chama de “farsa” a transferência das cotas de Edinho na Bemar Distribuidora de Bebidas Ltda. – um empresa que Edinho mantinha com mais dois sócios – para a empregada doméstica Maria Lúcia Martins. Um exame grafotécnico concluiu que a assinatura de Maria Lúcia foi falsificada. A dívida herdada pela doméstica superava R$ 5,5 milhões, em valores de 2008.

Segundo o documento, a operação teve o “intuito deliberado de transferir [as cotas da empresa] para pessoas sem poder econômico para responderem, perante o fisco, pelo pagamento de impostos e contribuições”.

O documento da Receita e outros reunidos pelo Ministério Público indicam que Edinho Lobão, mesmo após transferir suas cotas, continuou sendo o dono, de fato, da Bemar. As mesmas acusações são feitas em relação à Itumar Distribuidora de Bebida, outra empresa na qual Edinho é sócio. Nesse caso, a participação dele foi transferida a Ana Maria dos Santos, sogra do sócio Marco Aurélio Pires.

Então, desde 2008, por determinação do então ministro Carlos Alberto Direito, Edinho está sendo investigado pelos crimes contra a ordem tributária, falsidade ideológica e formação de quadrilha. O processo corre em segredo de Justiça a pedido do suplente de senador, e a última movimentação ocorreu em 23 de setembro de 2013. 

Edinho Lobão foi condenado em 2010 a um ano e quatro meses de prisão por operações ilegais na TV Difusora, empresa de sua propriedade. A sentença não foi cumprida porque o crime prescreveu, ou seja, o Estado demorou a julgar e perdeu o direito de ação.

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