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16 de mar. de 2013


Para tentar pôr um fim à hegemonia do grupo político no Estado, Flávio Dino (PC do B) organiza campanha

Eduardo Bresciani

Para evitar que a família Sarney alcance a marca de meio século no poder no Maranhão, políticos de oposição iniciaram ontem, em Imperatriz, um movimento para percorrer o Estado em uma espécie de pré-campanha a favor do presidente da Embratur, Flá vio Dino (PC do B).

Foi em 1965 que José Sarney (PMDB) venceu sua primeira eleição para governador. Desde então, somente em 2006 um can didato que não era apoiado pela família conseguiu uma vitória eleitoral, mas Jackson Lago aca bou cassado e substituído por Roseana Sarney (PMDB). Se ven­cer a próxima eleição, em 2014, o grupo do ex-presidente alcança rá a "bodas de ouro".

A mobilização começou com o lançamento de um manifesto. No texto do movimento, chama do de Diálogos pelo Maranhão, os opositores destacam que a ren da per capita do Estado é pouco superior a um terço da média na cional. Citam indicadores sociais em que o Maranhão está entre os piores do País, como extrema po breza, expectativa de vida, sanea mento básico, entre outros. "A es sência do projeto oligárquico no Maranhão foi tratar o Estado co mo propriedade de um grupo, e não como expressão da vontade da sociedade. Essa é a base de uma política cujo resultado é o Estado com os menores índices de desenvolvimento humano e social do Brasil", diz um trecho do documento.

A intenção dos oposicionistas é organizar seminários temáti cos nos próximos meses para manter uma mobilização seme lhante a de uma campanha eleito ral. Uma próxima reunião já foi marcada para abril em Presiden te Dutra, cidade no centro do Es tado. "A polarização no Mara­nhão é uma coisa que acontece na sociedade, não é uma visão só dos políticos. O Estado se divide entre quem é a favor e contra a família Sarney", diz Dino.

Alianças. O grupo busca a ade são do PSDB e do PT numa fren te ampla contra o clã, mas as alianças estão distantes. Em 2010, a executiva nacional do PT impôs ao diretório local o apoio a Roseana. Petistas continuam lutando internamente para aban donar a aliança, mas alguns já de sistiram, como o deputado fede ral Domingos Dutra, que partici pa da organização do novo parti do de Marina Silva.

Os tucanos, por Sua vez, sem pre fizeram oposição a Sarney. Uma parceria recente, porém, pode levar a uma mudança de posição. O prefeito da segunda maior cidade, Imperatriz, Sebas­tião Madeira (PSDB), tem se aproximado de Roseana devido a uma celebração de convênios. Com isso, parte do partido pas sou a defender uma aliança em 2014 com o candidato do clã, que pode ser o secretário de Obras, Luís Fernando Silva, ou o minis tro de Minas e Energia, Edison Lobão. "Estamos na fase de con versas e estamos ouvindo todos os lados", diz o deputado federal Carlos Brandão, presidente do diretório estadual do PSDB.

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