O deputado Raimundo Cutrim PSD), apontado em relatório
da Secretaria de Segurança do Estado como participante de esquemas ligados a
crimes de pistolagem agiotagem e grilagem de terras, voltou na tarde desta segunda-feira
(10) à tribuna para bater forte no secretário Aluísio Mendes e sugerir a mudança de comando da pasta.
Ex-secretário de Segurança, Cutrim iniciou seu
pronunciamento afirmando ter sido vítima de uma “campanha sórdida, criminosa, espúria
e direcionada especificamente a atingir mina honra e minha dignidade”. Ele
negou qualquer envolvimento com os crimes de que foi acusado pela investigação.
Cutrim, em tom de voz sereno, ressaltou que a campanha
deflagrada contra ele não atingiu sua honra pessoal, mas abateu sua família, os
amigos e a Assembleia Legislativa por ter tido um dos seus integrantes acusado
de participação no crime de homicídio do jornalista Décio Sá, agiotagem e
grilagem de terras.
Após um amplo retrospecto sobre sua vida
profissional e da contribuição que deu para acabar com crime organizado no
estado revelou o motivo da ira do secretário de Segurança, Aluísio Mendes,
contra ele.
“Quando tive que me desincompatibilizar para
disputar o segundo mandato de deputado estadual, a governadora Roseana Sarney
deu a entender que eu poderia sugerir um nome que preenchesse os pré-requisitos
de confiança, competência e profissionalismo para o cargo. Aluísio me procurou
para que eu indicasse seu nome para me suceder e eu indiquei o delegado Nordman
Ribeiro. Foi assim que começou a campanha sórdida contra mim”, esclareceu.
Cutrim ressaltou ainda que procurou todos os meios
contribuir com a elucidação da acusação que pesava contra ele, inclusive
propondo uma CPI no Poder Legislativo para questionar o que segundo ele é um
crime maior: adquiri através de tortura psicológica, com abuso de poder do
cargo, depoimentos que não foram confirmados na justiça.
“Diante disso, pergunto para Aluísio, qual a
diferença de um criminoso, de um facínora, que tira a vida de um cidadão por
dinheiro e outro que sentado confortavelmente em um gabinete, tenta tirar a
honra e a dignidade de um cidadão que se preza? Não há diferença. Todos dois
são criminosos. Esse grave fato, deixa portanto, esse cidadão vulnerável na
condição de continuar como secretário de Segurança do Estado.
Ao finalizar o pronunciamento, Raimundo Cutrim
adiantou que vai entregar ao presidente do Tribunal de Justiça, a
Superintendência de Polícia Federal, ao procurador da República, ao Ministro da
Justiça e ao Congresso Nacional o Diário da Assembleia com o registro do seu
discurso, com todas as provas da tentativa de Aluísio envolve-lo nos crimes de
assassinato, grilagem e agiotagem.
Diante do pronunciamento, o presidente da
Assembleia Legislativa, Arnaldo Melo, adiantou que a Mesa Diretora da Casa vem
acompanhando passo a passo a evolução do processo e que, se ficar comprovada a
inocência do deputado Cutrim, a Casa será implacável com todos aqueles que
tentaram denegrir a sua imagem.
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