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1 de nov. de 2014

Editorial - Jornal Pequeno
 
O grupo Sarney vai deixar o comando do Estado com a imagem toldada pela má gestão, por notícias de cunho policialesco que no decorrer da última campanha eleitoral atingiram o próprio gabinete do Palácio dos Leões. Além de denúncias outras que dão conta de farras memoráveis com recursos públicos em algumas secretarias. E parece o governo está disposto a se proteger no processo de transição.

Os documentos entregues ao deputado Marcelo Tavares pela secretária chefe da Casa Civil, Ana Grazziela, no dizer do parlamentar, esclarecem muito pouco e fornecem dados que na maioria já eram do conhecimento da equipe de transição indicada pelo governador eleito, Flávio Dino.     Conforme o futuro chefe da Casa Civil, apenas 9 de 32 solicitações foram atendidas, e isso depois de 15 longos dias de espera. E a maior parte desse material está disponível publicamente.
A falta de colaboração gera desconfianças. Não forneceram informações sobre a folha de pagamento do Estado que pode, inclusive, estar sendo maquiada, a considerar-se a divulgação postada no blog do jornalista Raimundo Garrone, segundo a qual somente as celebridades nomeadas na Casa Civil consumiam praticamente R$ 500 mil por mês.  
Denúncias de contratos superfaturados acompanharam toda essa última gestão de Roseana Sarney, e sobre contratos a equipe de transição do futuro governo até o momento não recebeu qualquer informação.
Convênios suspeitos e direcionados a obras que jamais seriam executadas residiram no cotidiano da imprensa com a freqüência de crimes em páginas policiais. Sobre esses convênios com prefeituras e até associações de futebol de areia, ainda não disseram nada.
Conforme Marcelo Tavares, não foram fornecidas, também, informações sobre os precatórios do governo do Estado. E de precatórios sabemos todos nós que patrocinaram um monumental escândalo de corrupção, inclusive envolvendo a cúpula do governo com o doleiro delator Alberto Youssef. Da mesma forma não foi fornecido o solicitado demonstrativo de obras e ações prioritárias de cada uma das pastas. Em outras palavras, o governo se esforça por esvaziar o processo de transição.
Fica claro, até pelo histórico acima disponibilizado e pela sonegação de dados que só serviriam ao benefício do Estado, que o governo teme alguma coisa; guarda segredos dos quais não quer que ninguém tome conhecimento. O governo se nega a disponibilizar documentos que, legalmente, deveriam ser de conhecimento público, como se tantas denúncias de ilegalidades lhe desse o direito de cometer mais esta contra o Maranhão.
 
 

 

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