Flávio Dino
Nosso Maranhão se acende em fogueiras, cores e sons comemorando os dias
de São Pedro e São Marçal, que marcam a fase final dos festejos juninos, com as
características tão peculiares deste mês em nosso estado. Para mim, a festa de
São Pedro, neste sábado, teve um sabor especial. Completei dois anos à frente
da Embratur, prestando serviços à Nação na função de promover o turismo
brasileiro.
A Embratur é uma instituição de 47 anos que tem uma competência
reconhecida dentro e fora do Brasil pela promoção turística que faz do país.
Por isso, quando assumi a presidência da autarquia, tive a preocupação de
valorizar essa experiência acumulada. Assim, mantive as diretrizes do Plano
Aquarela e promovi servidores do quadro efetivo a postos de comando, a exemplo
da chefia de gabinete e da diretoria de mercados internacionais.
Por outro lado, também fiz questão de mudar coisas que considerava que
tinham de melhorar. Renovei os quadros técnicos da Embratur, com a nomeação de
dezenas de concursados, que trazem novos olhares e desafios. E modifiquei ações
promocionais, como a nossa participação em feiras internacionais. A Embratur
sempre teve como uma das suas principais atividades a participação em feiras de
turismo, articulando estados, municípios e empresários do setor, interessados
em apresentar seus produtos e destinos. Mantivemos uma grande participação nas
principais feiras do mundo, mas consideramos que essa ação era insuficiente
para um país que está sediando os principais megaeventos do mundo.
Por isso, em 2012, criei o Goal to Brasil, um evento específico, feito
pela Embratur, durante o qual empresários, jornalistas e formadores de opinião
passam um dia imersos em informações sobre o Brasil. Levamos representantes das
unidades da federação, colocados frente a frente com os operadores de turismo
dos principais mercados emissores para o Brasil. Conseguimos, assim, mostrar
todos os detalhes dos destinos turísticos brasileiros, sem disputar atenção com
países concorrentes. Foram 14 edições do Goal to Brasil, fazendo 3.080 agentes
de viagens e operadores de turismo se tornarem “Especialistas em Brasil” e mais
de 350 jornalistas conhecerem os preparativos do Brasil para os grandes eventos
esportivos.
Esse tipo de ação é importante para que o turista que venha ao Brasil
tenha o máximo de informações para conhecer o maior número possível de cidades.
Assim, todos os cidadãos brasileiros poderão obter ganhos com o turismo advindo
dos megaeventos. Nada mais justo, sabendo-se que todos os contribuintes estão
pagando os investimentos que vão permitir a realização da Copa do Mundo e dos
Jogos Olímpicos de 2016.
Outra linha de trabalho que priorizamos nesses dois anos foi a referente
à competitividade. O turista que vem ao Brasil tem de encontrar bons serviços a
preços justos. Por isso, como presidente da Embratur, tenho o dever de agir nos
casos de abusos que alguns empresários possam cometer. Durante a Conferência da
ONU Rio+20, no ano passado, fui designado pela presidenta Dilma para cumprir
esse papel. Na negociação com o setor hoteleiro e com a operadora do evento,
conseguimos uma redução média de 20% nos preços das diárias para os
participantes. Agora, estamos trabalhando para que na Copa do Mundo todos os
empreendedores da vasta cadeia produtiva do turismo não cedam ao impulso de
aumentar preços sem razoabilidade.
O resultado desse trabalho sério de toda a equipe da Embratur tem se
revelado a cada final de ano: sucessivos recordes na entrada de turistas e no
ingresso de dinheiro na nossa economia por conta do turismo. A boa notícia é
que os recordes de 2011 e 2012 serão superados em 2013, que – apesar das
adversidades internas e externas – será o melhor ano da história do nosso
turismo.
Com justa razão, o povo na rua clama por serviços públicos decentes,
compatíveis com a sexta maior economia do mundo. O crescimento da economia do
turismo ajuda na concretização desse novo ciclo do projeto nacional de
desenvolvimento. Por tudo isso, agradeço a Deus a oportunidade de atuar como
gestor do turismo brasileiro, nesses dois anos tão desafiadores e repletos de
boas realizações.
Flávio Dino, 45 anos, é presidente do Instituto
Brasileiro de Turismo (Embratur), foi deputado federal e juiz federal
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