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6 de jul. de 2013



Acuado pela sua própria inércia, mesmo diante da pressão das ruas, o Ministério Público do Maranhão, diante dos incontáveis escândalos de corrupção do governo Roseana Sarney, denunciados diariamente, veio a público para informar que estar, sim, “investigando a aplicação dos recursos públicos para a construção de 64 hospitais no interior do estado, do programa Viva Saúde, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES)”.

Seria algo louvável a iniciativa do Ministério Público, não fosse por um pequeno detalhe que soa como um verdadeiro tapa na cara do cidadão que paga os gordos salários das “autoridades”.

Com a nota da sua Assessoria de Comunicação, pode-se dizer, com todas as letras, que o Ministério Público do Maranhão perdeu uma  ótima oportunidade de ficar calado, em vez de escancarar sua omissão disfarçada de investigação. Mas talvez quisesse exatamente isso: que finge investigar para dar ares de rigor à sua atuação.

Ao afirmar que investiga os escândalos de corrupção da Secretaria de Saúde, comandada por Ricardo Murad, o Ministério Público diz que tais investigações vem desde (pasmem!), fevereiro de 2011, ou seja, há mais de 31 meses, já batendo na casa dos 3 anos, sem que tenha concluído um mero procedimento administrativo investigatório.

Mas que diabos de investigação infinita é essa? O objetivo é “cozinhar o galo” até o fim do mandato de Roseana Sarney e Ricardo Murad?    

E por qual motivo o Ministério Público ainda não entrou com qualquer processo para evitar que as fraudes em licitação já denunciadas sejam pagas, ou para impedir que as novas fraudes continuem? Porque permite que as mesmas empresas do esquema da Secretaria de Saúde se revezem na construção das obras a todo instante?

Mais adiante, na nota do Ministério Público que, tomado de um sincericídio incrível, afirma: “o próximo passo será a inspeção, a ser realizada pelos promotores de justiça das comarcas, nas unidades hospitalares já entregues e nas demais em processo de construção”.

Ora, passados quase 03 anos, o Ministério Público resolveu fazer inspeção nas obras. No entanto, as denúncias dizem respeito a fraudes em licitação, licitações direcionadas, forjadas, fabricadas, que são perceptíveis, constatáveis pela simples análise dos processos licitatórios, sem qualquer necessidade de verificar se a obra foi não executada.

Os “próximos passos” do Ministério Público levarão, por baixo, mais de 04 anos, pois, para chegar a essa conclusão da inspeção nas obras, levou quase 03 anos, imagine-se o resto...

Uma “investigação” que já dura quase 03 anos, e tem mais uns 04 anos pela frente, pode ser qualquer coisa que se queira dá o nome, menos de Investigação séria, rigorosa, digna do Ministério Público que se espera.

Vemos, assim, que tudo parece um enredo devidamente ensaiado, em perfeita harmonia.

Aqui vai uma sugestão à Dra. Regina Rocha, procuradora-geral de justiça do Ministério Público do Maranhão: seja objetiva, faça igual sua antecessora, Fátima Travassos, e peça logo a absolvição de Ricardo Murad e Roseana Sarney, pois assim poupa o cidadão de maiores dúvidas e mande tudo ao arquivo.

1 comentários :

Anônimo disse...

Jorge Vieira,

Não é só na Secretaria de Saúde do Estado que existem crimes de licitação! Na SINFRA, Na SEDUC, Na SEJUP, CASA CIVIL etc. todas as grandes licitações são direcionadas. Isso é fato incontroverso, todo mundo no Maranhão sabe e fala abertamente.

Se o Ministério Público quisesse realmente fazer o seu papel de fiscal da lei bastava solicitar preventivamente o inteiro teor das grandes licitações do estado, que encontraria ali inúmeras ilegalidades, começando pelos procedimentos internos das licitações: licitações com cartas marcadas, crimes de frustração ao processo licitatório e culminando também com deficiências nas fiscalizações das execuções contratuais, resultando com isso, em objetos contratados deficientes, ruins. Tudo fruto da interferência (manipulação) direta e às vezes indireta de gente da cúpula do governo nas grandes contratações do estado.

Estas ilegalidades perpetradas por agentes públicos e políticos do governo do estado, que o MPE faz que não vê, só servem infelizmente pra fortalecer o presidente do TCE, Edmar Cutrim, quando das prestações de contas, que assim acaba faturando com as suas habituais barganhas junto ao governo dos Sarney.

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