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16 de jan. de 2014

Uma reportagem contundente veiculada, na noite desta quarta-feira (15), pelo Jornal Nacional, aponta o Maranhão com um dos piores índices sociais do Brasil. A matéria abordou, ainda, o caos que se instalou no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, palco de chacinas de presos, e a violência nas ruas de São Luís, que culminou com a morte de uma criança atingida por fogo em um ônibus incendiado por bandidos. A matéria do JN revelou os índices sociais vergonhosos do estado, apontado como campeão nacional em mortalidade infantil, com menor expectativa de vida e sem saneamento básico, o que coloca o Maranhão bem atrás quando o assunto é desenvolvimento.
Segundo o deputado Simplício Araújo (Solidariedade/MA), o que foi apresentado pela Rede Globo há tempos é a tônica de sua luta no Maranhão. “Desde que entrei na política venho lutando para tentar reverter os indicadores sociais do nosso estado. Ano passado denunciamos, por diversas vezes, o mau uso do dinheiro público pelo governo estadual e propusemos ações para tentar diminuir o sofrimento da nossa população”, ressaltou.
O parlamentar afirmou que o alto índice de mortalidade infantil, o maior do país segundo a reportagem, é causado principalmente pela falta de uma rede de hospitais no interior do estado. “Com a ausência de hospitais no interior do estado e a falta de políticas públicas na área de saúde, a população se vê obrigada a procurar ajuda nos hospitais da capital, sobrecarregando de maneira absurda os já lotados hospitais de referência”, apontou.
Simplício já vem alertando há algum tempo para essa realidade e cobrando políticas sociais para melhorar a vida do maranhense. “A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, não está preocupada em melhorar os índices sociais do nosso estado e nem diminuir essa violência que ali se instalou. É preciso, primeiro, admitir que o problema é grave, mas nem isso a governadora faz. Pelo contrário: esconde o problema, como fizeram quando fomos visitar o presídio”, lembrou o parlamentar.
Para justificar o injustificável, Roseana Sarney afirmou que a violência no estado aumentou devido ao crescimento econômico do estado. Disse ainda que o estado está mais rico. Mas, infelizmente, os maranhenses não vivem esse crescimento, não tem políticas públicas que fazem com que o estado cresça. De acordo com números do IBGE, o PIB do estado cresceu 15,3% entre 2010 e 2011, bem acima do crescimento do Brasil no mesmo período, que foi de 2,7%. O problema é que esse crescimento não se traduziu em melhora de vida para os maranhenses.
O deputado também afirmou que a redução da extrema pobreza alardeada pelo Secretário de Desenvolvimento Social do Estado, Fenando Fialho, durante a reportagem do JN, na verdade se deve ao aumento do Bolsa Família e não em ações adotadas pelo governo estadual.
As desigualdades no estado se refletem também nas estatísticas sobre segurança. O MA tem a pior relação de policiais militares por habitantes. Tem um PM para cada 916 habitantes. São Paulo tem um PM para cada 462 habitantes e o Rio, um PM para cada 371 habitantes.
→ O Secretário de Desenvolvimento Social, Fernando Fialho, destacado pela governadora Roseana Sarney para tentar rebater a reportagem do JN, é o principal investigado pelo Ministério Público do Maranhão, acusado de despejar milhões nos cofres de entidades suspeitas e inexistentes, a maioria delas ligadas a políticos aliados ao grupo Sarney. Pelo menos 105 convênios foram celebrados entre a secretaria e essas entidades para execução de obras que nunca saíram do papel.
→ Em nenhum lugar do país morrem mais crianças do que no Maranhão. A média é quase o dobro da nacional. O Maranhão é o único estado onde a expectativa de vida não chega aos 70 anos. A média brasileira é de quase 75 anos.
→ No Maranhão, metade da população não tem água tratada em casa. Quase 90% não tem esgoto.

1 comentários :

Reginaldo de Oliveira disse...

A desordem instalada no feudo dos Sarney deveria servir de alerta para todos aqueles que não desejam ver esfarelar as estruturas sociais do seu estado. É preciso que os diversos atores sociais e suas respectivas entidades de classe se mobilizem para evitar o fenômeno do maranhencimento social. O recrudescimento da violência é o sinal mais ostensivo da incompetência governamental e do fortalecimento da corrupção. Ou seja, quanto mais violenta mais corrupta é uma sociedade.

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