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8 de abr. de 2014

Editorial – Jornal Pequeno


Não podia ser diferente. O brutal jogo de interesses dentro do grupo Sarney jogou para o espaço a pré-candidatura do ex-secretário de Infraestrutura Luis Fernando Silva ao governo do estado. Roseana Sarney foi vencida pelo próprio pai José Sarney e pelos irmãos Fernando e José Sarney Filho. Luís Fernando Silva não será mais candidato. Sentiu nos pés faltar o chão ao constatar que não mais seria candidato sentado na cadeira de governador; quando soube que os temores e tremores de Roseana a fariam desistir de disputar o Senado.

O poder implodiu. A saída, a princípio, está sendo convocar para a eleição o senador Edison Lobão Filho; uma convocação, convenhamos, nada confortável para o grupo Sarney, em função da ‘guerra silenciosa’ que os dois clãs travam há um bom tempo, e só percebida entre aqueles que convivem mais de perto com as duas famílias. Não confortável não só para os Sarney como para os Lobão, diante de tudo o que pode vir por aí e que ocasionalmente já foi mostrado em revistas nacionais.

Sobre a desistência, tudo está a dizer que Roseana Sarney e Luís Fernando se sentiram traídos; a governadora, pela própria família e correligionários políticos que nenhuma questão fizeram de acompanhar seu projeto político, de eleger o então secretário de Infraestrutura governador indireto. Para Luis Fernando não havia público no governo itinerante porque os prefeitos, mobilizados por parlamentares e pela cúpula do sarneisismo, nenhum movimento de convocação popular faziam em seus redutos eleitorais. Sem contar que o próprio povo não estava interessado em assinaturas de ordens de serviço, mas em atitudes concretas para os graves problemas sociais e de desenvolvimento do Maranhão.

Era uma conspiração. O candidato, além de retraído pelas pesquisas, enfrentava os aliados históricos de uma política fisiológica e patrimonialista que não viam nele nenhuma chance de conseguir as benesses desejadas. Em síntese, Luis Fernando não encarnava a história nem o modelo político protagonizado pelo grupo Sarney.

A escolha de Edinho Lobão revela que os Sarney estão desnorteados e sem rumo, num inédito ‘hospício geral’ que acometeu o grupo. À oposição, cabe interpretar o momento e se conscientizar de que precisa ter serenidade, tranqüilidade para não entrar num eventual ‘vale tudo’ ou jogo de baixarias que possa ser desencadeado dentro dessa nova conjuntura. À oposição cabe compreender que a eleição está praticamente na mão e que a questão agora é só administrar.

A saída de Luís Fernando cria cisões eleitorais irreparáveis para o governo, a começar pelo prefeito Sebastião Madeira, de Imperatriz, segundo maior colégio eleitoral do Estado. Também, nem o PT de Washington Luiz e Raimundo Monteiro acredita mais nas vantagens de uma coligação com o PMDB. É a treva.

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