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24 de jun. de 2014

Em inflamados pronunciamentos, nesta manhã de terça-feira (24), na tribuna, os deputados Marcelo Tavares (PSB), Bira do Pindaré (PSB) e Otehlino Neto (PCdoB) classificaram de imoral a aprovação, pela Assembleia Legislativa, do projeto de lei da governadora Roseana Sarney (PMDB) que institui o Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios do Maranhão – FUNDEMA.

Os parlamentares da oposição explicaram que não são contra um projeto de apoio aos municípios, porém, denunciaram a imoralidade presente na proposição aprovada pela bancada do governo que é usar os recursos provenientes de repasses de instituições financeiras nacionais ou internacionais, ou seja, vão pegar o dinheiro emprestado pelo BNDES, que o governo do Maranhão vai pagar nas próximas décadas, com juros exorbitantes, para financiar estrada vicinal, ou seja, segundo o deputado, trata-se de “fundo eleição”.

“É unicamente para tentar comprar a eleição que se aproxima, ninguém pensa no Estado do Maranhão, se o governo do Estado quer apoiar convênios eleitoreiros com os municípios deveria fazer com recursos do tesouro estadual, mas botaram recurso do Governo Federal, do BNDES, num ato irresponsável porque obras como essa, financiadas com o dinheiro do BNDES, deveriam ser obras estruturantes, obras, por exemplo, como saneamento inteiro da Ilha de São Luís, obras como transporte de massa aqui em São Luís, com veículo leve sobre trilhos, tão falado, obras de fato estruturantes que pudessem trazer retorno social e econômico para o povo do Maranhão com rapidez. Mas aqui querem gastar R$ 1 bilhão, para macular uma eleição”, denuncia Tavares.

Na avaliação do parlamentar, no entanto, o grupo da governadora deu um tiro no pé, porque os recursos são do Governo Federal serão fiscalizados pelo Ministério Público Federal, Tribunal de Contas da União, Polícia Federal, Justiça Federal, Justiça Eleitoral. Ele alertou que, aqueles que tiverem oportunidade de manusear esses recursos o façam com responsabilidade, porque senão vão ter problemas graves com a Justiça.

“Eu quero deixar aqui o meu protesto contra a irresponsabilidade desta Casa na sua maioria e principalmente da governadora do estado em pegar recursos de um empréstimo federal, tirado para fazer hospitais regionais, estradas importantes e que agora vão tirar os recursos dessas obras para botar em estrada vicinal para tentar mudar o resultado da eleição. Isso é fato, mas só quero dizer que façam, mas cuidado com as consequências. Infelizmente o Maranhão é atrasado por situações como esta: obras importantes que poderiam estar sendo feitas com recursos do Tesouro Nacional, com recursos do Banco de Desenvolvimento Nacional vão pagar os convênios velhos, convênios de dezembro e janeiro deste ano, convênios que o Estado fez sem ter condições de pagar.

Segundo o deputado Bira do Pindaré (PSB), até o nome FUNDEMA é de baixo calão. Ele esclareceu que o projeto foi aprovado sem qualquer discussão e até a tramitação ocorreu em caráter de urgência, sendo tudo feito no plenário.

“Nós estamos as vésperas de uma eleição e o que está em curso aqui é uma estratégia grosseira, imoral, de se tentar comprar a eleição porque sabem que no voto não ganham, sabem que se depender da opinião do povo não ganham, e aí montam uma estratégia, se cria um método, se inova um método para se tentar comprar a eleição. É isso que acontece. Tem gente soltando foguete e dizendo: agora está resolvido, agora tem dinheiro, agora nós vamos comprar a eleição, agora não dá mais para ninguém, nós vamos ganhar. Essa é a conversa, essa é a conversa e quando dizem assim: quem vai ganhar é a máquina, leia- se: quem vai ganhar é o dinheiro. Estão querendo dizer que o dinheiro vai comprar”, denunciou Bira.

Para o deputado Othelino Neto (PCdoB) está claro que o FUNDEMA é uma tentativa desesperada de tentar reverter o quadro altamente desfavorável. “Eu fico vendo deputados de governo falar em desespero da oposição. Eu queria que dessem uma razão, que apontassem uma pesquisa que tenha demonstrado queda do pré-candidato Flávio Dino. Trocaram de candidato e vem falar de desespero da oposição. Não consegue sequer, a menos de uma semana do fim do prazo das convenções, escolher um vice. E nós que estamos desesperados? Não, quem está desesperado é um grupo que, há 50 anos, manda no Estado e que percebe o império ruir”, observou.

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