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6 de dez. de 2014

Por meio de empresas de fachada, o doleiro Alberto Youssef intermediou negociações entre as construtoras citadas na Operação Lava Jato e empresas públicas e privadas que vão além da Petrobras. Entre elas, pelo menos oito estatais de saneamento: Sabesp, a mineira Copasa, Caema (MA), Casal (AL), Cagece (CE), Cedae (RJ), Saneago (GO) e a Saned, de Diadema (vendida para a Sabesp para amortizar uma dívida bilionária).
Segundo reportagem exclusiva da Carta Capital, os contratos com empresas de saneamento, instituições privadas – como Vale, Fiat e Grupo X – e outras companhias – como o Metrô de São Paulo – representam 41% das obras que totalizam 747 negócios intermediados por Youssef. A outra parcela, de 59%, é de parcerias firmadas apenas com a Petrobras.

No Maranhão, onde o doleiro foi preso em março, uma auditoria do Tribunal de Contas da União apontou irregularidades na obra realizada pela companhia de saneamento estadual (CAEMA) para remanejamento da adutora de água tratada do Sistema Italuís, no trecho do Campo de Perizes. Segundo os fiscais, o maior dos desvios ocorreu na licitação vencida pelo consórcio formado pela EIT Construções e Edeconsil. Na planilha apreendida, o consórcio aparece em dois momentos como cliente de Youssef e atrelado a um contrato de 58 milhões de reais.

A lista com os quase 750 empreendimentos foi apreendida na casa do doleiro em março. Ela apresenta nome da obra, telefone fixo e o contato de alguém da empresa que a contrataria, além de informações detalhadas sobre o projeto. O período vai de 2009 a 2012. Segundo a revista de Mino Carta, nem todas as obras que constam na lista foram executadas.

Além das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, cerca de outras cem empresas aparecem como clientes de Youssef. A Delta Engenharia, o Grupo Shahin, a IHS Engenharia, a Potencial Engenharia e a CR Almeida estão entre as possíveis representadas pelo doleiro nas negociações.
Em troca, Youssef confessou que ganhava entre 3% e 15% de comissão em cima dos contratos oferecidos por ele às empresas públicas e privadas em nome de seus clientes. Em uma única obra em Santos, feita com a Petrobras, a Polícia Federal estima que o doleiro recebeu R$ 43 milhões.
Entre as obras citadas na lista, estão várias projetadas contra a seca no Nordeste, em especial as administradas pelo Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional. A Pasta era administrada até o ano passado pelo senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).
As informações são da Carta Capital e do Blog do Nassif.

 

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