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8 de jan. de 2014


Editorial - Jornal Pequeno

O poder federal falha ao não intervir no Estado. Mas é preciso notar que as principais instituições públicas do país demonstram uma irrefutável vontade de fechar o governo que envergonha o país e nos envergonha diante do mundo. O retrato de um Maranhão caótico e desgovernado passeia de mão em mão em cada recanto do Brasil.

O governo do Maranhão está cercado. Pelo Conselho Nacional de Justiça, que denunciou as barbáries que acontecem na Penitenciária de Pedrinhas; pela Procuradoria Geral da República, que, através do procurador Rodrigo Janot, está a ponto de pedir ao Supremo Tribunal Federal uma intervenção federal no Estado; pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público Estadual que oficiou o chefe da Casa Civil, João Abreu, solicitando a adoção de medidas para combater a onda de violência e garantir a segurança da população e também está investigando os misteriosos convênios da Sedes; pelo Ministério da Justiça, que, envergonhado, finalmente reagiu oferecendo vagas em presídios federais para os cachorros loucos que agem em São Luís.

Toda a Comunicação do país – Rede Globo, Rede Record, Bandeirantes, Folha de São Paulo, Estadão, Jornal O Globo, blogies, portais, etc. – e setores da mídia internacional se revelam consternados com a situação das vítimas, que, além de Ana Clara, sua família e outros que estão internados em estado grave, somos todos nós maranhenses. Consternados e indignados, espantados com a debilidade do governo diante da ação furiosa dos marginais.
  
A comentarista do ‘Jornal da Globo’, Renata Lo Prete, disse sem pestanejar que diante das sucessivas carnificinas que acontecem no Estado a governadora do Maranhão prefere refutar adversários, de olho nas eleições que se avizinham, a resolver um problema tão grave em seu Estado. E, o que é pior, fez notar que o governo do Maranhão está deixando em situação delicada o próprio Governo Federal.

Dragões, pragas, porcas e bandidos dos mais estranhos nomes se sentem no direito de sitiar a cidade e tocar fogo nas pessoas. O ex-governador José Reinaldo Tavares disse que o Maranhão precisa ser reconstruído. E, se querem saber, talvez precise ser reconstruído institucionalmente. Há muita covardia por detrás dessa barbárie.     Parece que sobrou muito pouca gente com coragem de enfrentar governos ruins, e, menos ainda, com saúde para dizer a verdade.

Desde o assassinato do jornalista Décio Sá, desde que cortaram as primeiras cabeças, desde a primeira vez que incendiaram ônibus e a cidade inteira se escondeu em casa depois de um corre-corre desenfreado, estamos dizendo que pistoleiros, agiotas e chefões do crime organizado devem ser expulsos do Maranhão. Não nos ouviram. Preferem gastar fortunas em propaganda oficial e para execrar moralmente adversários políticos. Ignoraram a presença de milhões de Anas Claras nesse Estado. O resultado é este: a cidade sendo sitiada constantemente por bandidos e o governo sitiado pelas instituições públicas e por todos os órgãos de comunicação do país e até de fora do país.

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