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18 de jun. de 2014

Sarney escapou do processo em que  Edmar é acusado de lavagem de dinheiro
A Justiça Federal recebeu denúncia criminal do Ministério Público Federal em São Paulo contra o ex-controlador do Banco Santos e padrinho de casamento da governadora Roseana Sarney (PMDB) com Jorge Murad, Edemar Cid Ferreira, mulher dele, Márcia de Maria Costa Cid Ferreira, e seu filho, Eduardo Costa Cid Ferreira. Os três são acusados de lavagem de dinheiro por terem ocultado, entre novembro de 2004 e dezembro de 2008, a origem, localização e propriedade de bens e valores provenientes da prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional.

No mesmo processo, o MPF pediu o indiciamento do senador José Sarney (PMDB), pai de Roseana, por ter se valido de informações privilegiadas para sacar, na véspera da intervenção do Banco Central na instituição financeira de Edmar Cid Ferreira, a importância de R$ 2 milhões que estavam aplicados. O Supremo Tribunal Federal, no entanto, optou pelo arquivamento da denúncia contra o cacique peemdebista.
 Entre os bens ocultados estavam obras de arte, como pinturas e esculturas, que, para a Procuradoria, foram adquiridas por Edemar com capital desviado do Banco. Depois disso, as obras foram incorporadas ao patrimônio da Cid Ferreira Collection Empreendimento S.A., que tinha como sócio majoritário a Wailea Corporation, empresa offshore nas ilhas Virgens Britânicas.
Em 2005, foram apreendidos na então residência do ex-banqueiro computadores com documentos e emails que indicam a remessa para o exterior de diversas obras de arte. Para o Ministério Público, foram encontradas evidências segundo as quais essas obras eram remetidas para fora do país e negociadas com compradores estrangeiros. Os valores recebidos eram transferidos, por determinação do próprio Edemar, para contas correntes de terceiros mantidas no exterior em bancos estrangeiros.
Segundo a denúncia da Procuradoria da República em São Paulo, as movimentações são típicas compensações de créditos relacionadas a operações realizadas por Edemar no mercado nacional clandestino de câmbio. “Os doleiros que compraram a moeda estrangeira do ex-banqueiro lhe indicavam em quais contas o valor correspondente deveria ser creditado”, escreve o procurador da República Sílvio Luís Martins na denúncia, apresentada em abril, recebida em maio, mas divulgada apenas nesta terça-feira (17). “Em contrapartida, lhe entregavam moeda nacional em espécie para que pudesse custear o luxuoso estilo de vida mantido por ele e seus familiares, mesmo após ter levado o Banco Santos S.A. à falência.” (Com informações do Congresso em Foco)

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