A Bancada
de Oposição na Assembleia Legislativa se movimenta para solicitar ao governo
federal que o Ministério da Justiça venha olhar de perto o caos que se
instaurou na Segurança Pública do Maranhão. A informação foi dada pelo deputado
estadual Othelino Neto (PCdoB) em pronunciamento na tribuna, na manhã desta
terça-feira (12). Ele confirmou ainda que os parlamentares do bloco farão um
aditamento ao pedido de intervenção feito pelo Ministério Público Federal a fim
de estendê-lo não só à administração penitenciária, mas a todo o Sistema de
Segurança do Estado.
Durante o
pronunciamento, Othelino condenou comentários de que a oposição estaria
simplesmente politizando a crise na Segurança e informou que o presidente da
Associação dos Magistrados, juiz Gervásio Protásio dos Santos, fez um alerta,
via twitter, sobre o fato de a violência em São Luís está tomando proporções
alarmantes. “Não é só a oposição que está preocupada com esse problema, tanto é
que um magistrado, que preside uma entidade da área, manifestou-se sobre a
questão”, disse o deputado.
No
twitter, o magistrado falou sobre os tiros que foram desferidos contra o Fórum
de Paço do Lumiar e se referiu também ao assassinato de um policial militar.
“Isso é fruto da falta de investimentos”, complementou o presidente da
Associação dos Magistrados.
“Quem se
manifesta é alguém que não está na seara política partidária. É alguém que
preside a instituição dos juízes do Estado do Maranhão, aliás, um juiz
equilibrado e que conduz com muita competência a Associação dos Magistrados”,
frisou Othelino.
Sobre o
troca-troca no Comando da Polícia Militar do Maranhão, Othelino disse que,
apesar de a governadora Roseana Sarney continuar absolutamente sumida e de se
recusar a dar uma palavra de conforto para os maranhenses, terminou sobrando
para o agora ex-comandante Franklim Pacheco que foi exonerado.
“Talvez
tenha exonerado para querer passar à sociedade maranhense a impressão de que o
problema da falta de controle na Segurança Pública estava no comandante da
Polícia. Mas é claro que não está. A medida tomada é mais um curativo que o
governo faz para não ter que atacar o problema na sua raiz”, observou Othelino
Neto.
Manifestações
de militares - O
deputado comentou ainda que os policiais militares, agentes fundamentais da
Segurança Pública, tiveram que fazer manifestação cobrando e criticando a
fragilidade do Sistema de Segurança. A categoria foi, na última segunda-feira
(11), para a Praça Deodoro protestar por melhores condições de trabalho e pedir
a exoneração do secretário estadual de Segurança Pública, Aluísio Mendes, caso
contrário haverá paralisação das atividades no Estado.
“Chegamos
a uma situação onde, além dos próprios policiais denunciarem e reclamarem a
falta de Segurança Pública no Maranhão, os policiais disseram que se não trocar
o secretário, eles vão parar. Aí com a Polícia Militar em greve, vamos
experimentar o absoluto caos, porque no caos nós já estamos. Vai ser a
radicalização do descontrole total. O Maranhão vai ser um Estado completamente
entregue aos bandidos por obra e graça da omissão da governadora”, afirmou
Othelino Neto.
O
deputado lembrou, na tribuna, que a região metropolitana de São Luís já teve
800 homicídios, nos últimos 11 meses, e que a governadora permanece calada, sem
dizer nada. Segundo Othelino, não adianta soltar um pré-candidato e tentar
vender ilusões pelo Maranhão, enquanto o Estado está jogado às traças.
Justiça e
prisões - Sobre uma
questão levantada pelo deputado Carlos Alberto Milhomem (PSD), durante a sessão,
sobre a soltura de presos, Othelino respondeu, em um segundo pronunciamento,
que a Justiça só solta quando as prisões são mal feitas ou há desrespeito à
Constituição. Segundo o deputado do PCdoB, é preciso que a polícia prenda,
dentro da lei, que os inquéritos sejam bem instruídos para que a Justiça não
seja obrigada a soltar.
“Não
adianta transferir a responsabilidade para outras instituições. Acho que nós
todos temos responsabilidade sobre isso. Nós somos do bloco de Oposição, mas
reconhecemos o papel importante da Assembleia. O Tribunal de Justiça tem o seu
papel, o Ministério Público também, mas o que está claro agora é que está
faltando investimento e comando na Segurança Pública do Maranhão”, frisou
Othelino.
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