Folha de São Paulo
Os principais dirigentes do PT usaram a eleição interna da sigla, ontem, para dar recados para dentro e cimentar as bases das duas campanhas mais importantes que o partido irá disputar em 2014: a da presidente Dilma Rousseff pela reeleição e a do ministro Alexandre Padilha (Saúde) pelo governo de São Paulo.
Ao votar em São Bernardo do
Campo, ABC paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou que o PT
tenha uma direção "comprometida" com Dilma e com a vitória de Padilha
no Estado.
"Nós temos chance de
disputar eleições em muitos Estados importantes, e eu diria que o mais
importante de todos, depois da presidenta Dilma, é São Paulo", disse ele.
Lula e Dilma, que votou em
Brasília sem falar com a imprensa, trabalharam para a recondução do presidente
nacional do PT, Rui Falcão, um dos já escolhidos internamente para coordenar a
campanha presidencial em 2014.
O mesmo ocorreu em São Paulo. O
favorito à presidência do diretório estadual, o ex-prefeito de Osasco Emidio de
Souza, recebeu o apoio de Lula e será o coordenador da campanha de Padilha ao
Palácio dos Bandeirantes.
Em São Paulo, Lula articulou
inclusive a retirada da candidatura de outro postulante de sua ala, o deputado
federal Vicente Cândido.
O resultado das eleições
petistas, cujos filiados votam por meio de cédulas de papel, deve ser divulgado
até amanhã.
Em uma tumultuada passagem pelo
diretório de São Bernardo, Lula votou acompanhado de Alexandre Padilha e
Emidio.
Apesar de não concorrer a cargos
na direção petista, Padilha fez uma peregrinação típica de candidato. Pela
manhã, acompanhou o voto de Emidio em Osasco. Em seguida, foi acompanhado por
ele e Falcão ao votar no bairro do Campo Limpo, zona sul de São Paulo, e só
então foi para São Bernardo.
Durante todo o dia, a comitiva
foi acompanhada por assessores, fotógrafos próprios, cinegrafistas e
jornalistas.
Rui Falcão, que votou em São
Paulo, afirmou que o PT terá entre dez e 12 candidatos aos governos estaduais.
Ele reforçou que toda a
negociação de alianças deverá ter como norte a reeleição de Dilma, mesmo que
isso implique em ceder a cabeça de chapa em algumas disputas.
"As nossas direções
estaduais têm uma sintonia com a linha nacional. E a nossa orientação nacional
é reeleger a presidenta Dilma, aumentar o número de deputados e de
senadores", disse.
Ele mencionou alguns Estados onde
o PT deverá enfrentar negociações duras com o PMDB, principal partido da base
de sustentação do governo federal.
No Maranhão, por exemplo, o
partido apoiou nas últimas eleições a governadora Roseana Sarney (PMDB).
Oposicionistas internos
defenderam apoio à candidatura de Flávio Dino (PC do B), adversário da família
Sarney. (DIÓGENES CAMPANHA)
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