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27 de mar. de 2014

Na semana em que se completa 50 anos da Ditadura Militar, a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e a Polícia Federal, entregaram ontem (26) à família do militante da Aliança Libertadora Nacional (ALN),  Alex Xavier, desaparecido em 20 de janeiro de 1972, laudo de identificação de seus restos mortais, que aguardavam reconhecimento há mais de 35 anos, desde que foram localizados no cemitério de Perus, em São Paulo.

Membro da comissão, o deputado Domingos Dutra (SDD/MA), esteve presente na reunião, que para ele tem um papel muito importante na militância brasileira. “Essa comissão tem um papel relevante e quero me colocar a disposição para fazer com que ela tenha visibilidade através da Câmara dos Deputados”, garantiu o deputado.
A mãe de Alex, Zilda Xavier, que recebeu o laudo agradeceu o empenho de todos que trabalharam para que a identificação fosse possível e lembrou dos anos de angústia que ela e toda a sua família viveram na busca pela identificação dos restos mortais de seus dois filhos, que foram torturados e mortos pela ditadura militar. “É uma dor muito grande o assassinato de dois filhos. Até hoje sinto muito a falta deles. Não Sei como agradecer o trabalho de todos que atuaram para que isto fosse esclarecido, pois infelizmente não posso mais ter meus filhos”, disse dona Zilda de 88 anos.
Na ocasião, foi apresentado um vídeo com registros fotográficos e um depoimento da irmã de Alex, Iara Xavier Pereira, que encabeçou a luta pela memória e à verdade, desde que teve seus irmãos assassinados. “Há 42 anos buscamos pela verdade e memória dos meus irmãos e do meu ex-marido. Esse é o fechamento de um ciclo de luto. Agora vamos esperar pela justiça”, declarou Iara Xavier.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário ressaltou a importância do laudo entregue à família e do papel do governo brasileiro nos esclarecimentos de todos os fatos relacionados às graves violações aos direitos Humanos ocorridas no país, em especial aos relacionados à ditadura militar. “Não temos um dia se quer a perder, além dos que já foram perdidos. Ao assumir esta Secretaria, me dediquei desde o primeiro dia a essa causa”, lembrou Rosário.

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