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8 de ago. de 2013



Os deputados Rubens Pereira Júnior (PCdoB), Bira do Pindaré (PT), Othelino Neto (PPS) e Marcelo Tavares (PSB) teceram comentários, na sessão desta quinta-feira (8), sobre o parecer emitido pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, favorável à cassação do mandato da governadora Roseana Sarney (PMDB), e de seu vice, Washington Luiz Oliveira (PT).

No parecer, o procurador acolheu os argumentos do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), de que seus adversários políticos cometeram abuso de poder político e econômico nas eleições de 2010.
                       
Para o líder da Oposição na Assembleia Legislativa, deputado Rubens Júnior, o procurador-geral da República, em seu parecer, reconhece os abusos de poder político e econômico ocorridos na eleição de 2010.

“Abusos esses que o Maranhão inteiro já sabe da sua existência. A governadora só se elegeu porque derramou dinheiro público, através dos convênios, para cooptar lideranças políticas não com o objetivo de desenvolvimento administrativo, mas o com o objetivo único e exclusivamente de cooptação eleitoral”, declarou Rubens Júnior.

Ele acrescentou que, no mês de junho de 2010, véspera do período das convenções, a governadora Roseana assinou “mais de 900 convênios eleitoreiros. Só nos três dias que antecederam a convenção, que foi no dia 24 de junho, só nos três dias foram liberados mais de R$ 400 milhões. O convenio era assinado de manhã e à tarde o dinheiro já estava na conta, porque se não assinasse os convênios os prefeitos não iriam para a convenção partidária”.

O deputado Othelino Neto observou que o Ministério Público Eleitoral demorou um ano para emitir o parecer em relação ao pedido de cassação da governadora Roseana.

“Quando do processo para cassar o saudoso governador Jackson Lago, o parecer saiu em mais ou menos 10 ou 15 dias. Mas agora a governadora está provando do veneno que ela aplicou no doutor Jackson e nos seus adversários. Com uma diferença, o doutor Jackson de fato foi injustiçado. E nesse caso se começa a fazer justiça. Porque ninguém há de ter dúvida que naquela eleição de 2010 houve abuso de poder político e econômico. O próprio parecer do procurador geral frisa, ressalta que os convênios foram utilizados para cooptação de aliados, cooptação de prefeitos, inclusive cooptando prefeitos de partidos de oposição para que apoiassem a candidatura da governadora Roseana Sarney”, afirmou Othelino Neto.

INEVITÁVEL

O deputado Bira do Pindaré declarou que, com base no parecer do Ministério Público Eleitoral, a cassação do mandato da governadora Roseana Sarney torna-se inevitável. “O parecer demorou, mas como diz um ditado popular ‘Antes tarde do que nunca’. De fato é de se estranhar porque tanta demora de um procurador da República para emitir um parecer em relação a um processo dessa natureza. Eu não quero nem fazer interpretações porque aquilo que diz o procurador-geral da República no seu parecer é mais do que suficiente para que a gente tire a conclusão de que a cassacão da Governadora Roseana Sarney é inevitável”, ressaltou Bira do Pindaré.

O deputado Marcelo Tavares observou que o parecer do procurador-geral da República traz um alento para a oposição maranhense, no sentido de que as eleições no Maranhão possam transcorrer em 2014 com mais honestidade, com menos abuso e de fato fazendo com que a população do Maranhão possa decidir, de forma independente, os seus destinos.

Para Marcelo Tavares, o parecer do Ministério Público Eleitoral também é um reconhecimento de tudo aquilo que foi levantado em relação à eleição de 2010: “Esta eleição foi vivamente atacada pelo abuso do poder econômico e político. E este parecer também faz justiça ao ex-governador Jackson Lago, cassado de forma abusiva pela Justiça Eleitoral, porque naquele primeiro turno o ex-governador Jackson Lago nem era o candidato a governador de José Reinaldo Tavares. Naquele primeiro turno nas eleições de 2006, aliás, o candidato a governador do nosso grupo político era o ex-ministro Edson Vidigal, mas mesmo assim o governador Jackson Lago foi cassado”, recordou Marcelo Tavares.

Ele assinalou ainda que não se sabe qual será o resultado do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Todos nós temos que esperar esse julgamento. Mas posso dizer aqui que a governadora Roseana Sarney terá muito mais dificuldades para administrar o Estado, tendo sobre a sua cabeça a espada da Justiça”, ressaltou Marcelo Tavares.

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