Os
deputados Rubens Pereira Júnior (PCdoB), Bira do Pindaré (PT), Othelino Neto
(PPS) e Marcelo Tavares (PSB) teceram comentários, na sessão desta quinta-feira
(8), sobre o parecer emitido pelo procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, favorável à cassação do
mandato da governadora Roseana Sarney (PMDB), e de seu vice, Washington Luiz
Oliveira (PT).
No
parecer, o procurador acolheu os argumentos do ex-governador José Reinaldo
Tavares (PSB), de que seus adversários políticos cometeram abuso de poder
político e econômico nas eleições de 2010.
Para o
líder da Oposição na Assembleia Legislativa, deputado Rubens Júnior, o
procurador-geral da República, em seu parecer, reconhece os abusos de poder
político e econômico ocorridos na eleição de 2010.
“Abusos
esses que o Maranhão inteiro já sabe da sua existência. A governadora só se
elegeu porque derramou dinheiro público, através dos convênios, para cooptar
lideranças políticas não com o objetivo de desenvolvimento administrativo, mas
o com o objetivo único e exclusivamente de cooptação eleitoral”, declarou
Rubens Júnior.
Ele
acrescentou que, no mês de junho de 2010, véspera do período das convenções, a
governadora Roseana assinou “mais de 900 convênios eleitoreiros. Só nos três
dias que antecederam a convenção, que foi no dia 24 de junho, só nos três dias
foram liberados mais de R$ 400 milhões. O convenio era assinado de manhã e à
tarde o dinheiro já estava na conta, porque se não assinasse os convênios os
prefeitos não iriam para a convenção partidária”.
O
deputado Othelino Neto observou que o Ministério Público Eleitoral demorou um
ano para emitir o parecer em relação ao pedido de cassação da governadora
Roseana.
“Quando
do processo para cassar o saudoso governador Jackson Lago, o parecer saiu em
mais ou menos 10 ou 15 dias. Mas agora a governadora está provando do veneno
que ela aplicou no doutor Jackson e nos seus adversários. Com uma diferença, o
doutor Jackson de fato foi injustiçado. E nesse caso se começa a fazer justiça.
Porque ninguém há de ter dúvida que naquela eleição de 2010 houve abuso de
poder político e econômico. O próprio parecer do procurador geral frisa,
ressalta que os convênios foram utilizados para cooptação de aliados, cooptação
de prefeitos, inclusive cooptando prefeitos de partidos de oposição para que
apoiassem a candidatura da governadora Roseana Sarney”, afirmou Othelino Neto.
INEVITÁVEL
O
deputado Bira do Pindaré declarou que, com base no parecer do Ministério
Público Eleitoral, a cassação do mandato da governadora Roseana Sarney torna-se
inevitável. “O parecer demorou, mas como diz um ditado popular ‘Antes tarde do
que nunca’. De fato é de se estranhar porque tanta demora de um procurador da
República para emitir um parecer em relação a um processo dessa natureza. Eu
não quero nem fazer interpretações porque aquilo que diz o procurador-geral da
República no seu parecer é mais do que suficiente para que a gente tire a
conclusão de que a cassacão da Governadora Roseana Sarney é inevitável”,
ressaltou Bira do Pindaré.
O
deputado Marcelo Tavares observou que o parecer do procurador-geral da
República traz um alento para a oposição maranhense, no sentido de que as
eleições no Maranhão possam transcorrer em 2014 com mais honestidade, com menos
abuso e de fato fazendo com que a população do Maranhão possa decidir, de forma
independente, os seus destinos.
Para
Marcelo Tavares, o parecer do Ministério Público Eleitoral também é um
reconhecimento de tudo aquilo que foi levantado em relação à eleição de 2010:
“Esta eleição foi vivamente atacada pelo abuso do poder econômico e político. E
este parecer também faz justiça ao ex-governador Jackson Lago, cassado de forma
abusiva pela Justiça Eleitoral, porque naquele primeiro turno o ex-governador
Jackson Lago nem era o candidato a governador de José Reinaldo Tavares. Naquele
primeiro turno nas eleições de 2006, aliás, o candidato a governador do nosso
grupo político era o ex-ministro Edson Vidigal, mas mesmo assim o governador
Jackson Lago foi cassado”, recordou Marcelo Tavares.
Ele
assinalou ainda que não se sabe qual será o resultado do julgamento no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). “Todos nós temos que esperar esse julgamento. Mas
posso dizer aqui que a governadora Roseana Sarney terá muito mais dificuldades
para administrar o Estado, tendo sobre a sua cabeça a espada da Justiça”,
ressaltou Marcelo Tavares.
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