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26 de fev. de 2015

Ao tentar defender o pai Ricardo Murad das acusações que pairam sobre sua nebulosa gestão na Secretaria de Saúde do Estado, ter construído hospitais “elefantes brancos” no interior do Maranhão e acusar o governador Flávio Dino de suposto “vazamento” para a imprensa local de informações sobre o processo em que Murad é acusado de improbidade administrativa, a deputada Andrea Murad, acabou ouvindo poucas e boas do líder governistas, Rogério Cafeteira, na sessão desta manhã de quinta-feira (26).  

O clima ficou tenso quando a parlamentar acusou o governador de ter “plantado” na revista Carta Capital que sua eleição teria sido comprada por R$ 10 milhões de um recurso repassado para o município de Miranda do Norte e apontou que o atual líder do governo, Rogério Cafeteira, também teria se beneficiado da sinecura.

“Desses dez milhões, deputado Rogerio, inclusive, estão emendas sua. Nesses dez milhões estão inclusos repasses do governo. O repasse para Miranda do Norte do secretário Ricardo Murad foi inferior ao de V.Exa. Inclusive V.Exa. nem votado em Miranda era. Então, eu acho que, em vez de nós fazermos acusações que não têm fundamento e lógica, nós temos que rever e eu digo isso para os deputados que apoiam Flávio Dino”.

Diante do discurso agressivo da deputada ao tentar defender a gestão nebulosa do pai na pasta, o líder do governo, deputado Rogério Cafeteira, observou que a emenda que destinou ao município, no valor de R$ 800 mil, foi assinada por ele e que não dava nem para se comparar com o montante que foi enviado por Ricardo para bancar a eleição de Andrea.

“Veja bem, o ex-deputado Ricardo Murad tem todas as condições de se defender. Se alguém tem alguma ação contra ele, nunca foi movida por mim e acredito que nem pelo governador Flávio Dino. Foi o Ministério Público, mas ele vai ter o amplo direito de defesa”, pontuou Cafeteira.

Rogério lembrou que a parlamentar havia falado dos convênios de governos anteriores, mas esqueceu Ricardo. " Em Passagem Franca, por exemplo, eu queria saber o que aconteceu lá, porque em Miranda, desses R$ 10,9 milhões que foram, eu fiz um de R$ 800 mil, o que está longe do montante. Mas veja bem, eu não quero entrar nesses detalhes, mas se V.Exa. quiser vamos lá na lama para brigar. E vou dizer daqui quem foi, como foram feitos os convênios para lá, o valor de cada um e quem indicou. Porque o meu está lá com o meu nome, questionáveis são outros valores infinitamente maiores do que o meu”.

Cafeteira fez a parlamentar ficar “corada” quando advertiu que não queria entrar na polêmica, que pretendia apenas olhar para frente, mas que possui contra ela grave acusação sobre o uso indevido da secretaria de Saúde para garantir a sua eleição.

“Eu nunca lhe acusei aqui disso, até porque eu quero discutir para frente. Acho que em muitos pontos foram positivas a questão da saúde. O que se questiona hoje, deputada, é o custo disso, é se o preço é justo pelo o que está sendo pago, é só isso. E eu acho aí, particularmente, não sou da área e tenho humildade para reconhecer isso, em minha opinião de leigo, acho que alguns hospitais não foram bem escolhidos os municípios, porque infelizmente, isso aí todo mundo deve concordar, os municípios não estão tendo condições de gerir os hospitais. Essa é a grande verdade”, destacou Cafeteira.

O líder do governo explicou que no início de 2013, foi feito uma promessa do então secretário Ricardo Murad de fazer um repasse para a manutenção desses hospitais no valor de R$ 115 mil por mês, o que não aconteceu. Só foi acontecer já em 2014. “Então, essa estrutura de hospital realmente sofreu muito com isso. Eu acho que pode ter acontecido e isso, mas não sou eu que vou julgar, é o Ministério Público que vai acusar, é a justiça que vai decidir”, observou.

Para finalizar o líder do governo enfatizou que o ex-secretário tenta encarnar um personagem que não cabe no seu figurino: passar-se por vítima. “O papel de vítima na política é muito bom, é muito confortável, mas não combina com o estilo do ex-deputado Ricardo, tanto que o seu apelido é “trator”, o que não combina com “coitadinho”, concluiu.

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