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12 de out. de 2013


Inércia

Nada atinge o comodismo político do governo Roseana Sarney. Os homens do governo parecem saber de alguma coisa que ninguém sabe, pois, de forma impressionante, nada os incomoda. Têm uma desculpa perfeita para tudo ou pouco se lhes dá o que ache ou deixe de achar a opinião pública. É um impressionante governo de erros, mas que faz questão de se manter acima dos erros, como se nenhuma culpa e mesmo responsabilidade lhe coubesse por nada do que acontece no Maranhão.

O Estado se tornou a prima-dona do noticiário nacional com notícias ruins que vão desde as aferições de uma calamidade social até a pantagruélica situação da própria governadora, subjudice, com a cabeça a prêmio no Tribunal Superior Eleitoral. Os indicadores sociais, a debilidade educacional, a espantosa criminalidade, denúncias de corrupção contra seus auxiliares, vexames em cima de vexames e o governo consegue manter uma aura intocável de anjo decaído à espera de que São Pedro lhe abra as portas novamente.

A inaptidão administrativa do governo atravessou agora as fronteiras do país. As cabeças decapitadas e o pânico vivido em São Luís estão na BBC de Londres, no New York Times, na imprensa mundial. Nenhum gesto. Nada que indique que o governo pelo menos se assustou. Nem sequer um delegado de segunda instância foi demitido ou ameaçado de demissão. O governo permanece imune aos acontecimentos, isento de culpas e de reações.

A opinião pública desaba sobre a cabeça dos governantes e eles valsam com a periferia distribuindo promessas e sensações itinerantes, sem tomar qualquer atitude que contenha o desamparo incontestável da população. O deputado federal Domingos Dutra pediu intervenção federal no Estado. Os deputados de oposição na Assembléia Legislativa, liderados por Rubens Júnior, devem fazer o mesmo nos primeiros dias da próxima semana, mas na há nada que faça o governo dar sinais de que pretende introduzir qualquer modificação nesse modo de administrar.

Qualquer governo a essas alturas dos acontecimentos já teria convocado a imprensa, proposto uma reforma administrativa, sinalizado com investimentos na área social, demitido secretários, remanejado delegados, criado alguma perspectiva de evolução que alcançasse a sociedade. Mas não faz nada. Até a presença da Força Nacional em São Luís foi iniciativa da oposição que fez questão de ignorar o governo do Estado e dirigir-se diretamente ao Ministério da Justiça.

A placidez, a letargia, a imobilidade, a inércia do governo diante dos acontecimentos é de causar espanto. O governo não modifica por nada seus movimentos, segue em linha reta acidentada, no rumo de coisa nenhuma, como um trem desgovernado que ninguém sabe onde vai parar. E freia de surpresa para que os passageiros se esborrachem no chão da incompetência, porque vem do próprio governo a incapacidade de promover qualquer alteração governamental.

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