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12 de mar. de 2014

Acordos nos demais estados já estavam praticamente fechados

FERNANDA KRAKOVICS

BRASÍLIA - A oferta de apoio do PT a candidatos do PMDB em mais seis estados, feita na terça-feira pela presidente Dilma Rousseff para agradar aos senadores peemedebistas e evitar que a crise com o partido na Câmara contaminasse o Senado, não será facilmente cumprida em ao menos dois estados: Maranhão e Goiás.

No Maranhão, se o diretório nacional do PT fizer uma intervenção para garantir o apoio ao candidato da família Sarney, metade do diretório regional, além da militância em peso, fará campanha, na prática, para Flávio Dino (PCdoB), que deixou o cargo de presidente da Embratur para disputar as eleições.Nas quatro demais unidades da Federação em discussão (Rondônia, Paraíba, Tocantins e Alagoas), a oferta não surpreendeu, pois o acordo já estava praticamente fechado.

Com exceção do Maranhão, os seis estados que foram tema da conversa da presidente com os líderes do PMDB no Senado são considerados periféricos. A raiz da crise política do governo com o principal aliado está no Rio de Janeiro e no Ceará, onde não houve qualquer gesto por parte da presidente.

— Ela é presidente da República, evidente que isso tem muito peso, e respeitamos muito, mas o partido tem suas instâncias, que definem sua política de alianças — disse Márcio Jardim, da ala pró-Dino no PT do Maranhão.

Em Goiás, o PT local pretende lançar o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, para governador. Já o PMDB tem dois pré-candidatos: José Batista Júnior, o Júnior da Friboi, e o ex-governador Iris Rezende. Não há ainda sinal de acordo no estado.

No caso do Tocantins, onde a situação já estava pacificada, o PT deve apoiar a candidatura do ex-governador Marcelo Miranda (PMDB).

— Lá tem um pequeno grupo do PT que resiste, mas não há problema — disse a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO).

Outro sentido

Na mão inversa, o PMDB só deve apoiar candidatos petistas em dois estados. Dirigentes do PT dão como certo o apoio do PMDB à reeleição do governador Agnelo Queiroz (DF) e trabalham para que isso aconteça em Minas, onde lançarão a candidatura do ex-ministro Fernando Pimentel. Caciques do PMDB minimizam a escassez de apoio afirmando que o PT já tem a Presidência da República. É o mesmo argumento utilizado pelo PT quando o PMDB reivindica mais um ministério: eles já têm a Vice-Presidência da República.

Um dos estados onde PT e PMDB estão separados é o Paraná. A pré-candidata petista ao governo, senadora Gleisi Hoffmann, quer o apoio do partido, mas não deve obter. Uma parte apoia a pré-candidatura do senador Roberto Requião (PMDB-PR), e a outra quer apoiar a reeleição do governador Beto Richa (PSDB), que ofereceu a vice para o deputado federal Osmar Serraglio.

— Eu quero o PMDB comigo, mas a candidatura do Requião é legítima. Tenho uma relação muito respeitosa com ele — contemporiza Gleisi.

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