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13 de ago. de 2013

Deputados da oposição repercutem denúncia de compra de apoio político
Os parlamentares que integram a bancada da oposição anunciaram ontem que vão encaminhar ao Ministério Público Eleitoral a gravação de um áudio que vazou na Oposição internet, onde o secretário de Infraestrutura do estado e pré-candidato ao governo em 2014, Luís Fernando Silva (PMDB), aparece dando instruções a aliados sobre convênios e tratando sobre política ao mesmo tempo. A publicação do diálogo pelo portal Atual 7 caiu como uma bomba no plenário da Assembleia Legislativa, na manhã de ontem, e motivou novo confronto entre aliados da governadora Roseana Sarney (PMDB) e da oposição.

O líder do bloco oposicionista, deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB), interpretou o vazamento do áudio como “ a confirmação de todas as denúncias que já fizemos, de que aquilo que aconteceu em 2010, que foi decisivo para viciar o processo eleitoral, de acordo com o Ministério Público Federal, vai se repetir em 2014, ou pelo menos essa é a intenção do governo, mas nós não vamos permitir. Nós vamos disputar é uma eleição e não um leilão”, denunciou.

Rubens Júnior observou que o áudio revela uma conversa entre o pré-candidato de Roseana e aliados no município de Santa Rita. Na mesa, o diálogo do líder do governo, deputado César Pires (DEM) com o secretário adjunto da Casa Civil, João Muniz, e com o secretário Luís Fernando, confunde o público com o privado. “Confunde-se o secretário com o candidato. Na mesma roda se fala sobre convênio se conversa sobre eleição. Quem está dizendo não somos nós, é uma denúncia gravíssima que tem que ser apurada, tem que ser passada a limpo, tem que se tornar clara e evidente se esse é o hábito do governo, de tratar de convênio e eleição na mesma conversa”, condenou.

O líder da oposição acrescentou ainda: “Parece que o plano era fazer o que sempre fizeram. Mas insisto, se este era o objetivo, dessa vez será frustrado. Nós não aceitaremos isso de forma silente, é algo que é inadmissível nos dias de hoje e que, portanto, merece ser apurado especialmente pelo Ministério Público Eleitoral, pelos Procuradores da República que compõem hoje o TRE. O plano de comprar eleição de 2014 está indo por água abaixo: O “bolsa eleição” foi desmontado, os convênios fantasmas estão sendo fiscalizados, e agora, o link, entre os convênios e a cooptação eleitoral desmascarado”, comemorou.  

Na avaliação do deputado Othelino Neto (PPS), o mais grave é que deixa evidente a prova dos métodos que estariam sendo utilizado pelo secretário Luiz Fernando para viabilizar a sua candidatura. “Aquilo que o Ministério Público, no seu parecer utiliza como argumento para recomendar a cassação da governadora Roseana está sendo feito ainda pior, só que com uma diferença. A Oposição está vigilante e vai denunciar caso a caso todas essas situações onde o pré-candidato do governo e o governo, tentam criar as condições para tomar a eleição ou para comprar a eleição no Estado do Maranhão”, adverte.

Na avaliação do deputado Bira do Pindaré (PT) o áudio divulgado pelo Atual 7 revela uma confusão entre aquilo que é atividade de governo com a atividade do pré-candidato. “E me parece que há outra preocupação que é antecipar os convênios, uma vez que em 2010, pelo parecer da Procuradoria Geral da República ficou muito claro o uso de convênios para cooptação de cabos eleitorais. E Isso nas vésperas da eleição”, condenou.

Reação - Diante dos discursos inflamados dos deputados da oposição, cobrando explicações do governo sobre a reunião ocorrida em Santa Rita, o líder do governo, César Pires (DEM), o líder do bloco governista, Roberto Costa (PMDB) e o vice-líder Magno Bacelar (PV) rebateram a acusação de que o secretário de Infraestrutura estaria celebrando convênios eleitoreiros e usando a máquina administrativa para fazer cooptação.
César Pires disse que tem participado de diversas visitas do secretário Luís Fernando ao interior do estado, e que por esta razão teria autoridade para dar seu testemunho de que o secretário não estaria utilizando de nenhuma postura inadequada como gestor público.

O líder do bloco governista também saiu em defesa do aliado, enfatizando que “não se pode conceber é que agora a oposição quer questionar, quer discutir a postura de Luís Fernando. E a oposição quer patrulhar e tentar proibir o doutor Luis Fernando de conversar com os prefeitos, conversar com os vereadores, conversar com as lideranças comunitárias e discutir melhorias para os municípios. Isso é inconcebível!”, criticou Roberto Costa.

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