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31 de mai. de 2014

Editorial - Jornal Pequeno

Empresas de transportes coletivos estão entre as mais lucrativas do mundo. É dinheiro entrando como água; de manhã, de tarde e de noite. Praticamente não há como acontecer qualquer defasagem, posto que ninguém pode deixar de se locomover. Já se sabe, entretanto, que nas negociações em torno da greve dos rodoviários, todos estão cedendo: a Prefeitura, os motoristas, menos os empresários.    

Na missão de intermediar as negociações entre patrões e empregados, o prefeito Edivaldo tem sido firme em sua determinação de não conceder aumento de passagens, a grande ‘reivindicação’ que mantém toda frota de ônibus de São Luís nas garagens. Está correto o prefeito.

Não se pode comparar os ganhos de um empresário de transporte coletivo com os de um motorista ou cobrador ou de qualquer trabalhador que realmente sua a camisa para sobreviver.

Greve de concessionária de serviço público é até piada. Mas essa não é mais uma greve dos rodoviários; é de empresários. E o povo precisa saber disso para saber contra quem voltar sua raiva. Os empresários estão se aproveitando do dissídio coletivo de uma categoria para querer auferir mais lucros às custas de mais despesas e tormentos para o povo de São Luís. Alegam defasagem no preço das tarifas. Mas a Prefeitura está adotando uma série de medidas para corrigir ocasionais defasagens no sistema de transportes, como as fraudes, por exemplo. Mas isso não está bastando. A ganância não deixa. Ou seria algo mais?

Os empresários querem o incentivo municipal, em torno de R$ 4 milhões. É daí que viria toda essa intransigência. É por essa razão, pelo lucro desmedido, que querem obrigar o povo a gastar mais da metade do que ganha apenas com transporte. E vão comer o que? Catraca de ônibus? Pois, se não sabem, a população gasta com alimentação, roupa, remédio, escola, hospital, lazer, além de pagar a maior planilha de impostos do mundo todo.

Está certíssimo o prefeito de São Luís em não conceder aumento de passagens. Ainda mais que o serviço prestado por essas empresas deixa a desejar. Ônibus sucateados, do tempo de Ana Jansen, fedorentos, grande parte sem ar condicionado, bancos quebrados e furados, poucos ônibus nas linhas. Sem renovar a frota, sem cuidar da frota, enfiando o povo dentro desses veículos em ‘fim de vida’ ganham dinheiro como água.


E ainda querem aumento! O povo que se vire.

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