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16 de ago. de 2014

Meire Poza, contadora do doleiro, entregou o esquema de propina no governo
As reportagens apresentadas pelo Jornal Nacional e reexibidas pelos demais noticiários da Rede Globo, na noite desta segunda-feira (11), manhã de terça-feira (12) e noite de quinta-feira (14) sobre o pagamento de propina para a governadora Roseana Sarney e seus auxiliares mais próximos, em troca da liberação do pagamento do precatório da empreiteira Constran, tomou conta das discussões da classe política esta semana.

No plenário da Assembleia Legislativa, embora esvaziado por conta da campanha eleitoral, o deputado Bira do Pindaré (PSB) considerou o caso revelado pela TV Globo como um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo o Governo do estado do Maranhão de todos os tempos. A TV Globo teve acesso ao conteúdo de um depoimento a Polícia Federal de Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef, um dos presos na operação Lava Jato, e revelou ao Brasil o esquema de propina predominante na administração Roseana.

Sem ter como justificar o pagamento do precatório lesivo aos interesses do Estado, a governadora, no maior cinismo, disse ao JN, quase chorando, que pagou com autorização judicial e que “decisão da Justiça não se discute, se cumpre”. Felizmente mentira tem pernas curtas e no dia seguinte o Tribunal de Justiça do Maranhão veio a público desmentir Roseana e afirmar que nunca mandou pagar nada.

O pior de tudo é que a governadora ainda tentou ludibriar a opinião pública querendo se fazer de vítima, mesmo com todas as evidências e provas de que o doleiro havia reservado apenas R$ 300 mil para ela como parte da propina acertada com seus auxiliares João Guilherme Abre, João Bringel, Graça Cutrim e a Procuradora Maria Haickel, segundo revelou Poza no depoimento à PF e em matéria publicada no Jornal Nacional.    

Roseana é uma velha conhecida da Polícia Federal. Em 2002, ela consegui escapar do escândalo Lunus intacta e ainda com o dinheiro sem origem, cerca de R$ 1,3 milhão em notas de R$ 50,00, por conta do então presidente do PFL, Jorge Bornhausen, que veio ao Maranhão mentir que o dinheiro seria do partido, quando a investigação da PF indicava que a montanha de dinheiro encontrada na fortaleza estourada do casal Roseana/Jorge Murad , no Renascença, seria fruto de propina.
Agora tá mais difícil a escapada. No depoimento, a contadora revelou os detalhes de um esquema de suborno, envolvendo pagamentos judiciais, Alberto Youssef, a construtora Constran, a governadora e integrantes da alta cúpula do governo do Maranhão. O depoimento foi prestado em Curitiba. Meire Poza é contadora da GFD que, segundo a Polícia Federal, é uma das empresas de Alberto Youssef.

A contadora afirmou que a Constran pediu que Alberto Youssef subornasse o governo do Maranhão oferecendo R$ 6 milhões. Em troca, a empresa furaria a fila desses pagamentos judiciais e receberia, antecipadamente, R$ 120 milhões em precatórios. Por ter feito a “negociação”, Youssef receberia R$ 12 milhões.

Depois do acordo, o governo maranhense começou a liberar as parcelas do precatório, no valor de R$ 4,7 milhões cada uma. Até agora, foram pagos R$ 33 milhões. A última parcela, de acordo com o portal da transparência do Maranhão, foi paga no dia seis de agosto.

Antes do Jornal Nacional trazer a tona o esquema de propina comandado por Roseana, os deputados de oposição já haviam denunciado o caso da tribuna da Assembleia Legislativa, como também já questionavam o conteúdo das malas pretas que apareceram nas filmagens dos corredores do Hotel Luzeiros (onde o esquema acontecia, segundo a Polícia Federal).

A contadora Meire Poza revelou disse o que havia na mala: R$ 1,4 milhão, na calada da noite, no Hotel Luzeiros, passando de um quarto para o outro. E para quê esse dinheiro? Para pagar propina, segundo ela, para para integrantes do governo do Maranhão, em um esquema de corrupção brutal, imenso, que envolvia a liberação de R$ 20 milhões para a Constran”.

De acordo com o depoimento da contadora, a Constran teve o privilégio de furar a fila dos precatórios em razão propina de R$ 6 milhões para membros do governo do estado e um “agrado” de R$ 12 milhões para o doleiro. Para Bira matérias como essa, que revelam o esquema de corrupção do governo do Maranhão causam uma indignação muito grande na população.

O dinheiro que falta para investir no desenvolvimento e nas condições de melhoria de vida do povo maranhense é o que está sobrando nos esquemas de corrupção, como esse revelado pelo Jornal Nacional. O povo do Maranhão espera que as instituições do Judiciário façam o seu papel e coloquem na cadeia os bandidos criminosos que estão roubando o dinheiro público do Maranhão”.

 

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